O artigo que o Dr. Carlos Cidade publicou neste jornal a 29-03-2018, sob o título ‘Crescer com confiança’, onde o Sr. Vice-Presidente da CMC bem se esforça para responder ao meu artigo de 27-03-2018, obriga a uma análise objectiva e serena.
O Dr. CC acusa-me de falar “sem qualquer fundamento nem estudo”, mas não desmente os dados publicados! Nem podia, pois são estatísticas oficiais do Boletim da CCDRC de Janeiro/2018, portanto, devidamente fundamentados. Sugiro que releiam o meu artigo.
Pior, enquanto eu falo de economia, o Dr. CC responde com actividade e taxas urbanísticas, como se fossem a mesma coisa, tentando baralhar os leitores. Não! Economia e urbanismo, tendo alguma relação, não são o mesmo! Basta vermos o estado da Baixa e do iParque e a falta de emprego para percebermos a degradação da economia de Coimbra. É triste que o Dr. CC baralhe diferentes realidades.
Mais grave é o artigo do Dr. CC apresentar diferenças entre os dois gráficos publicados, revelando a inépcia com que foram feitos, pois, sobre o ano 2016, num gráfico refere que foram emitidas 774 licenças e noutro que foram 570… Mau…
Se formos ler os relatórios de Gestão da Câmara, que são públicos, descobrimos outros dados interessantes.
Por exemplo, a partir de 2015 as licenças de publicidade passaram para o Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística (DPGU); só por esta simples transferência, o número de títulos emitidos em 2017 pela DPGU cresceu artificialmente em 159, relativamente a 2014. Descontando este número, 2017 ficaria pouco acima de 2014, com 574 títulos emitidos… Na verdade, a ‘análise’ do Dr. CC compara indicadores diferentes, pelo que está deliberadamente enviesada para enganar os leitores…
Porém, ao comparar dados apenas de anos da sua governação, o Dr. CC comete o mais primário dos erros. Esconde o que se passava antes. Comparemos, então, com o passado.
Descontando já os procedimentos de admissão de comunicação prévia de obras de edificação, eliminados pelo RJUE de 2015, em 2012 foram emitidos 909 títulos, no auge da crise económica e dos cortes brutais, e 1938 títulos em 2009, já sob o efeito da crise financeira de 2008 (ambos estes números sem as licenças de publicidade!). Elucidativo.
Quanto a reuniões de atendimento na DPGU, em 2009 foram realizadas 3751 e em 2016 somente 2679.
Como se pode verificar, a comparação com o passado destrói completamente o artigo manipulativo e o ‘crescer com confiança’ do Dr. CC, confirmando a sua conhecida demagogia e comprovando como a actual gestão camarária afasta o investimento e atrasa o desenvolvimento, tornando-se extremamente prejudicial a Coimbra. Contra factos não há argumentos possíveis. Bem se queixam, e com razão, particulares e empresários.
Quanto à receita obtida, que corresponde às brutais taxas urbanísticas que os munícipes são obrigados a pagar e que empurram muitos para concelhos limítrofes, não me pronunciarei por falta de espaço.
oimbra não pode continuar a ser governada com tanta falta de qualidade!
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