Entradas de avião, saídas de carro

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A 3 de setembro de 2017, na apresentação oficial da sua recandidatura à Câmara Municipal de Coimbra, no Convento São Francisco, na presença de Sua Exa o Senhor Primeiro-ministro, António Costa, Manuel Machado prometeu e passo a citar:
“Como presidente da Câmara Municipal de Coimbra liderarei no próximo mandato autárquico a transformação do aeródromo de Coimbra – o Aeródromo Municipal Bissaya Barreto, em Cernache – num aeroporto civil comercial. No essencial, a pista já está preparada para receber aviões de grande porte: ainda em julho o Presidente da República lá aterrou a bordo do maior avião que, neste momento, está ao serviço da Força Aérea Portuguesa.”
“No próximo mandato, a nossa principal prioridade é: dinamizar o investimento, apoiar a atividade das empresas.”
“Nos próximos quatro anos lançaremos Coimbra como uma cidade de investimento e de negócios. As nossas prioridades estão orientadas para as Tecnologias de Informação, para o grande e promissor “cluster” da Saúde e para a fileira de atividades que cruzam a produção cultural, o turismo numa cidade património da UNESCO e as indústrias criativas.”
Estas afirmações fazem parte do rol de promessas próprias de um tão solene momento, mas se a primeira parecia saída de uma qualquer película bolywoodesca de segunda categoria, as restantes já todos sabíamos que se tratavam de pura ficção.
Entretanto, no discurso de vitória da noite eleitoral e de tomada de posse, o reeleito presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, voltou a afirmar, e passo a citar, “que o aeródromo Municipal Bissaya Barreto vai ser transformado num aeroporto civil comercial”.
Na saga do aeroporto internacional faltavam, mas já nem isso falta, os papéis secundários que apenas servem para encher os bolsos aos atores que se prestam a esses números e a reforçar ou a salvar a imagem dos protagonistas, nem que para isso o tal aeroporto internacional já não seja localizado em Cernache e passe a ser, quem sabe, itinerante.
Muito gostaríamos de ver o antigo presidente da CP, Manuel Queiró, aproveitar todo o seu know-how e sugerir a Manuel Machado que esqueça a ideia do aeroporto e aposte na criação dos meios necessários para termos ligações ferroviárias dedicadas aos dois principais aeroportos internacionais mais próximos, que já existem, e que poderiam diminuir radicalmente o tempo de acesso, colocando Coimbra em pé de igualdade com cidades como Londres, por exemplo.
Uma vez que o tema deste artigo foram transportes aéreos, não poderíamos terminar sem antes fazer referência ao assunto do momento e assinalar que o aeroporto itinerante de Coimbra já passou pela praça 8 de maio, permitindo mesmo que um Audi A8 aterrasse bem junto ao nosso município.

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