Opinião: Trump, a “guerra do aço e do alumínio” e o futuro do mundo

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A atual “guerra do aço e do alumínio”de Trump lembra o que os Estados Unidos da América têm feito, desde que George Washington, para industrializar o seu país, implementou políticas económicas protecionistas de Hamilton, primeiro Secretário do Tesouro, que promoveram exportações de produtos manufaturados e penalizaram importações, exceto de matérias-primas essenciais para a produção de bens produzidos em solo americano.

E só depois de alcançarem a supremacia económica, e de terem uma vantagem comparativa incontestável sobre os demais países do globo, é que os EUA se empenharam em consolidar o comércio livre a nível mundial.

Esta nova política protecionista de Trump mostra que os EUA pretendem alterar regras que têm regido o comércio livre mundial, para enfrentarem o crescente poder económico de países com mercados internos colossais, e que menosprezam direitos dos trabalhadores, e o cumprimento de regras ambientais, o que torna as suas economias bastante competitivas. Mas muito deste poder resulta da deslocalização de empresas com processos produtivos inovadores para países com custos de trabalho ínfimos, promovendo nestes países desenvolvimentos tecnológicos que lhes permitiram tornarem-se nas novas potências industriais que abastecem os mercados mundiais.

A chegada de Trump ao poder foi vista por muitos, entre os quais me incluo, como uma ameaça para o mundo, pelas opiniões infundadas que tem expressado sobre diversas questões sociais, ambientais, económicas e políticas, mas é cada vez mais evidente que ele sabe bem o que faz, para que os EUA não percam a liderança política, e a supremacia económica no globo. Afinal, o Presidente Trump é de facto o maior expoente atual do inabalável pragmatismo político, social, económico e ambiental, que faz com que os americanos dominem a maior parte destes assuntos!

A utilização do Twitter como modo privilegiado de Donald Trump comunicar, e de afrontar líderes como o norte-coreano, que, após a forma ameaçadora com que Putin anunciou que a Rússia já possui uma nova arma bélica que a torna imbatível, inesperadamente disse querer dialogar com Trump, prenunciam tempos de agitação política, social e económica, e mostram também que o poder está em muitos lados, mas não na União Europeia, se esta não começar a tirar partido do seu mercado interno, e a proteger também, a vários níveis, diversas fronteiras…

A paz mundial passa por um crescimento económico global que favoreça o desenvolvimento de todos, o que parece utópico, por um crescimento contínuo ser impossível, mas há que encontrar formas de compatibilizar diversos níveis de desenvolvimento, se quisermos viver em paz. Só que os bárbaros atos terroristas que atingem todo o globo, e as guerras em que horrendas armas dizimam povos, e destroem países, superam as debilidades do modelo institucional da ONU, fundada para dirimir conflitos, mas em que o poder de veto de cinco nações limita a obtenção da paz no planeta. Que fará Guterres para melhorar a ONU, se até o Papa Francisco – uma lufada de ar fresco na Terra -, não tem sido capaz de convencer os líderes políticos a garantirem a paz?

São imensos os jovens, e não só, que não têm um conhecimento aprofundado do que levou gerações anteriores a procurarem formas duradouras de a humanidade viver em paz. Mas hoje, até jogos de computadores promovem a violência, e tornam “a morte” coisa banal, proliferando no mundo a descrença nos tradicionais valores humanos, e na própria vida! Se tudo continuar assim, o que acontecerá no futuro? Estaremos a tempo de evitar a destruição maciça do globo? O que farão as grandes potências mundiais, para afastar o pavor de um pesadelo tão medonho?

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