Seria, no mínimo, incompreensível, que tendo eu comentado de forma superficial o Congresso do PSD, não o fizesse agora relativamente ao meu partido de sempre, o CDS.
O último fim-de-semana foi indiscutivelmente um tempo de viragem no quadro político nacional, e isso deve-se a alguém por quem tenho uma enorme estima e consideração, e que se sentou no mesmo dia e na mesma hora, lado a lado no hemiciclo, quando ambos fomos eleitos em 2009 para deputados da Assembleia da República, de seu nome Assunção Cristas.
Nessa altura era uma simples deputada como eu, eleita por Leiria, embora sendo de Lisboa, que desde o inicio me causou a melhor das impressões e rapidamente, devido à sua perserverança, capacidade de trabalho, superior inteligência e princípios de vida cada vez mais raros, se tornou uma enorme mais-valia para o nosso Grupo Parlamentar.
Foi por isso mesmo, incumbida desde muito cedo, de tarefas complexas, a exigirem estudo aprofundado e tempo, muito tempo, disponível.
A Assunção, apesar disso, nem um só momento deixou de ser a pessoal afável, sorridente, aquilo que eu diria, alguém de bem consigo e com a vida.
Vieram depois as segundas eleições com a vitória da coligação e aí, justamente assumiu tarefas governamentais ao mais alto nível.
Não me recordo de alguém dentro dessa mesma maioria deixar de elogiar constantemente o seu trabalho. Os inimigos, esses, eram os de sempre, a esquerda em uníssono que fizesse bem ou mal, tinham algo a comentar, sempre com a habitual demagogia e sem olhar a meios para atingir os fins.
Embora vencedora, a coligação foi derrotada pela geringonça no Parlamento e a Assunção passou para a oposição.
Aí, iniciou um trabalho notável, do qual há a destacar a sua estrondosa vitória em Lisboa aquando das autárquicas, e a sua permanente maneira diferente de fazer política, com sentido ético difícil de encontrar noutros dirigentes políticos.
Dessa forma assumiu naturalmente a candidatura a presidente do partido e encarou este Congresso de Lamego com a habitual postura que a levou a sair vencedora incontestável e praticamente sem oposição.
A sua nova comissão política e os seus vice-presidentes dizem bem, que há uma “lufada de ar fresco”, quer em Graça Canto Moniz, bem como Raquel Vaz Pinto, sobressaindo dois nomes, a todos os títulos notáveis, Nuno Melo e Adolfo Mesquita Nunes, sendo que este último será o coordenador político do novo CDS que está já aí.
A sensação que me dá é que Assunção Cristas vai à frente da maioria de todos os outros, criando condições únicas para que se o partido se unir verdadeiramente, possamos vir a ter um resultado histórico, quer nas Europeias, com Nuno Melo, quer nas Legislativas.
Disse a mesma que queria ser Primeira-Ministra… Para muitos, trata-se de uma utopia, para mim, caros leitores, se houvesse verdadeira justiça nas votações que se aproximam, seria o corolário lógico de uma caminhada a todos os títulos notável e que tem todos os motivos para se tornar uma realidade.
Pela primeira vez o CDS coloca-se onde sempre devia ter estado, na direita do espectro político, não esquecendo o centro, e mesmo alguma esquerda, que revendo-se nos seus ideais e na sua matriz democrata cristã, votará, estou certo, muitos pela primeira vez, no “novíssimo” CDS.
Os representantes de Coimbra, quer na comissão política quer no conselho nacional, são também eles a certeza que estamos no bom caminho, tendo desaparecido, espero que definitivamente, aqueles que tudo fizeram para destruir, em vez de construir, e que levaram, entre outras situações, à entrega da Câmara Municipal ao Partido Socialista.
Todos, seremos poucos, para levar a cabo a tarefa, mas estamos confiantes que os portugueses só terão a ganhar com a afirmação do CDS no contexto nacional.
Por mim, hoje na retaguarda, sinto uma enorme esperança e alegria, e deixo aqui um Bem-Haja por todos aqueles que na vanguarda dão o melhor de si por Portugal.