Opinião: A emergência de um novo ciclo

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Entre 2001 e 2016, no escalão etário dos 15-64 anos, a população residente no concelho de Leiria cresceu de 82456 para 83975 pessoas, enquanto no concelho de Coimbra diminuiu de 102807 para 85169 (dados da PORDATA).

No escalão etário dos 15-34 anos, que, por excelência, ilustra a formação e a procura e estabilização do emprego, Leiria perdeu 20,3% dos residentes, de 36391 para 28991 jovens, enquanto Coimbra perdeu 41,2% (o dobro!), passando de 43495 para 25582. Sendo todo o país afectado pela redução da natalidade, o impacto é muito assimétrico, fruto das diferenças na intensidade da actividade económica.

Ou seja, neste escalão etário jovem, que representa o futuro próximo e distante de uma região, Leiria já ultrapassou largamente Coimbra, porque os jovens filhos das famílias residentes no Concelho de Coimbra não conseguem emprego no seu Concelho.
Com toda esta evolução, o índice de envelhecimento de Leiria é de 136,6 e o de Coimbra de 192,7, o que significa que o Concelho de Coimbra está muito velho (e continua a envelhecer). Recordamos que o índice de envelhecimento é o número de pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 pessoas menores de 15 anos.

Agora que os Institutos Politécnico vão poder passar a atribuir também o grau de Doutoramento, Leiria ultrapassa mais uma barreira.

É evidente que a perda de população e de famílias a residirem no Concelho de Coimbra se reflecte negativamente em todos os sectores, nomeadamente nas actividades económicas e culturais.

Se nada mudar entretanto, Leiria tornar-se-á, a breve prazo, no concelho mais populoso e com maior actividade económica do Centro do país e, por inerência, a capital efectiva do Centro, com todas as consequências daí decorrentes.

Estes dados objectivos demonstram inequivocamente como o concelho de Coimbra precisa, com emergência, de um novo ciclo e de novos protagonistas, libertando-se do espartilho paroquiano que o asfixia, pois aquele que devia ser o motor do seu desenvolvimento, a Câmara Municipal, não funciona adequadamente por deficiência de liderança.

Não nos podemos queixar de ninguém nem de nenhum Governo. Os responsáveis pelo que se passa em Coimbra são todos os habitantes do Concelho de Coimbra, em particular os de maior formação e cultura.

Como parte importante da preparação do caminho para este novo ciclo, queremos agradecer ao Diário As Beiras o refrescamento da Democracia em Coimbra, abrindo o seu jornal a uma coluna semanal do movimento ‘Somos Coimbra’, que será publicada às terças-feiras.

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