As estradas estão intransitáveis na Guiné Bissau… Só com muita cautela é que podem transitar os veículos, pois as ruas ou até avenidas das cidades ou vilas, como por exemplo de Bissau e de Teixeira Pinto, estão cheias de buracos. As pessoas de idade, só com apoio de alguém e com muita cautela é que podem circular nessas vias. Os edifícios estão todos a cair ou a necessitar de reparação urgente, salvo os edifícios oficiais que não os Hospitais.
A assistência médica às populações está muito, mas muito aquém daquela que tinham no meu tempo, em que tudo estava bem organizado e estruturado. Os Hospitais estavam impecavelmente conservados e equipados.
As doenças infecto-contagiosas, como por exemplo o paludismo, a doença do sono, a lepra, estavam bem estudadas e a assistência aos seus pacientes era bem feita. Os médicos tinham preparação e até o curso de Medicina Tropical. A assistência era gratuita. E hoje?
Destruíram os monumentos ou deslocaram-nos para Cacheu, como é o caso da estátua de Honório Barreto, que fora Governador, que dera o nome ao liceu… A ponte-cais não é nada do que já foi…
Mas há que nos deixarmos de lamúrias… Que termine a falta de senso revolucionária e que predominem as realidades!
Primeira realidade: que produzir e exportar para em curto espaço de tempo se possa reabilitar a economia. O caju, cuja produção já é grande e tem exportação assegurada, talvez haja necessidade de criar uma empresa ou fábrica para que apareça no mercado já embalado e com a designação “Caju da Guiné”. Porque não, com a polpa do fruto, fazer sumos, embalá-los e exportá-los?
Quanto às bananas e abacaxis, nunca comi bananas com um paladar tão agradável quanto o cacho que me foi enviado pela Nhá Conceição, trazido de Catió, e ananases como os que me mandou o agente agrícola Espírito Santo, que pelo paladar e tamanho, nunca mais vi na minha vida outro igual.
Portanto, é necessário diversificar as culturas e, porque não, pensar noutras, sem continuar a destruir as florestas, porque na Guiné, há água em abundância e, com as comportas do rio Geba, haverá muito mais.
Mas a riqueza maior da Guiné, para exportação, será o peixe, abundante e de boa qualidade, mas desde já que seja proibida a pesca de arrastão e de traineiras nas suas águas e apenas permitida a pesca artesanal, para que os pescadores não fiquem sem trabalho e sem peixe.