Quando ouvimos a palavra “poluição” normalmente pensamos em excesso de lixo, ou de fumos, ou de ruído…raramente pensamos em imagens. Mas se atentarmos nos ambientes urbanos facilmente reconhecemos o quanto eles estão invadidos por outdoors, cartazes, letreiros (iluminados ou não), publicidades várias, cabos elétricos ou telefónicos, sinalética, ou outros elementos que “gritam” mensagens de várias formas e cores, de gosto duvidoso.

Diz-se que existe poluição visual quando as informações visuais são de tal modo que causam stress estético no ambiente, podendo afetar a qualidade de vida dos cidadãos. Mesmo que não atinjamos em Portugal o nível de poluição que existe em muitas metrópoles mundiais é facil reconhecer o quanto benefiaríamos se houvesse uma maior regulação…mas também maior bom gosto e espírito cívico.

Na Figueira anuncia-se um novo procedimento para concesão de espaços para outdoors que procura introduzir alguma disciplina. É positivo. Mas parece ser muito insuficiente (passar de 100 outdoors para 81?…) para fazer a diferença no atual estado de coisas.

A fim de diminuir a poluição visual e aumentar a qualidade da cidade há que ir mais além: terminar com outdoors no centro, uniformizar sinalética, disciplinar e punir abusos, aconselhar, ou destacar os bons exemplos. Talvez assim possamos repousar o olhar na cidade com o gosto com que o fazemos numa das nossas paisagens.