Opinião: A caminho da Guiné

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Nós afeiçoamo-nos às terras que pisamos, às populações que as habitam, sobretudo quando têm a inocência de uma criança e o afecto e reconhecimento dos mais velhos… É assim que regresso a este pequeno país onde me reconhecem como um dos seus e me atribuem o estatuto de Homem Grande, levando-me à retaguarda de uma infindável fila para serem atendidos e todos aceitam esta prioridade com um sorriso, alegria…

Hoje, pouco resta da Guiné do meu tempo como militar… Está quase tudo desorganizado e as cidades como Bissau e Bolama são uma caricatura do que já foram. Eles acabaram por ser vítimas do conflito entre o Capitalismo de Estado e o Capitalismo dos Capitalistas e os jovens opositores da ditadura, sem experiência de vida, vivendo apenas na cidade com estatuto de bons vivants ou burgueses são os responsáveis. A frase “Nem mais um soldado para as colónias!” foi o gatilho da explosão.
Temos de os ajudar a reerguer-se! Não para os explorar, mas para os aconselhar e encaminhar.

Ajudá-los e aconselhá-los quanto ao ensino, colaborando e instalando cursos profissionais – como já houve no Liceu Honório Barreto – quanto a mim, de acordo com o seguinte escalonamento de prioridades: cursos de agricultura, para que passem da tracção humana à tracção animal, englobando a adaptação a novas plantas e a introdução de touros, talvez da raça Brahman, brancos, para que, progressivamente, – sem que a raça autóctone desapareça – surjam animais de maior porte e lactação. O mesmo digo quanto às galinhas que pouco maiores são que uma perdiz.

Mas um alerta: tem que ser limitada a natalidade, pois que, actualmente, a população de Bissau (capital) é equivalente à população total da Guiné quando esta era Guiné Portuguesa.

Isto leva-me a pensar que, quanto ao arroz, que é do consumo diário de toda a população, para poder alimentar e para que se possa exportar, há que construir as comportas do Rio Geba, cujos estudos de consequências tinham levado 23 anos a ser realizados e que então se dizia que, se construídas, a Guiné produziria arroz para toda a Europa.

Mas atenção! Embora se possa introduzir novas variedades de arroz e novas variedades de palmeiras para dar mais óleo, que sejam híbridos de raças ou espécies existentes.

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