Opinião – Leon e Valladolid. Quando é que vamos fazer o mesmo?

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Hélder Rodrigues

1. As ruas floridas de Léon

Foi depois de almoço que chegámos a Léon. Um dia de Sol que convidava a andar a pé pelo centro histórico. Foi o que fizemos.

Logo verificámos que o percurso que nos levava à histórica Catedral, visita obrigatória da cidade, tinha a maioria dos prédios, particulares, com vasos e canteiros floridos nas varandas e nas janelas o que lhes conferia uma beleza surpreendente e uma sensação de bem estar a quem passava.

A visita à Catedral foi como se previa, espectacular. Depois de Chartres é aquela que tem mais vitrais no Mundo. Mas ficou-nos na retina esse caminho triunfal, uma espécie de guarda de honra, de algumas centenas de metros a caminho da mesma.

Pensámos como seria bonito e de grande impacto a nível da cidadania, se o percurso Património da Humanidade que vai da Alta passando pela Sé Velha, Quebra Costas, Arco de Almedina, Visconde da Luz, Praça 8 de Maio, Sofia fora até Santa Justa tivesse as casas floridas, como Leon, a cargo dos seus moradores, a indicar o caminho e a dar as boas vindas àqueles que de distantes paragens nos vêm visitar e nos querem conhecer melhor.

2. Valladolid. Ruas cheias de gente feliz, saudando a vida

No dia seguinte chegámos a Valladolid ao fim da tarde. Era domingo. O Hotel ficava no centro histórico próximo da Plaza Mayor.

As ruas cheias de gente. Viva, alegre, comunicativa, saudando a vida! Crianças a brincar; adolescentes espalmados em esplanadas a beber cervejas acompanhadas de “pinchos”; jovens namorados com juras de amor e beijos ardentes; casais com carrinhos de bebés, de chupeta na boca.

Outros mais velhos, já avós, sorrindo, desejosos de aproveitar a vida naquilo que ela tem de bom para dar; turistas, muitos turistas das mais variadas cores e partes do Mundo surpreendidos e desejosos de entrar na festa no meio de tanta gente feliz.

3. Valladolid. Gastronomia e Música

A Plaza Mayor, vasta e imponente, regurgitava também ela, de gente. Esplanadas a toda a volta, as mais variadas ofertas gastronómicas. Fazendo as delícias dos espanhóis que já as conhecem e dos turistas que as querem conhecer.

Mais do que “comer”, os espanhóis gostam de “petiscar. Pequenas quantidades, muitas e variadas, autenticas experiências e viagens de descoberta gastronómica. Horas à volta de uma boa conversa. Tapas, pinchos, raciones, de tudo e com muita qualidade! Presunto, queijo, chouriço, morcela, salsichas, polvo, lulas, dobradas, feijoadas, favadas, tortas, tortilhas, empanados. Por vezes, sopas de alho, de feijão ou grão para ir aquecendo estômago e por ponto de ordem à mesa.

E tudo acompanhado, como manda a lei, por muitas variedades de pão e de vinho! Tintos, brancos, rosés, espumosos.

Os turistas adoram este tipo de comida e sabe-se, há muito que está nos livros, que a forma mais forte de fixar turistas é uma boa e variada gastronomia. Venha de lá o mais pintado dizer que não!

Um palco no centro da Plaza, recebia os últimos preparativos para uma noite musical bem passada, onde os mais jovens e os que não queriam ir cedo para casa para não arranjar chatices, se pudessem divertir, conviver, confraternizar, dançar até às tantas, arranjar ou trocar de namorada, nem que fosse por umas horas! Afinal a vida é para ser vivida!

4. Quando é que vamos fazer o mesmo?

O povo espanhol é isto! Alegria de viver contagiante, ruas limpas e floridas, gastronomia e musica até dizer basta. Orgulho enorme na sua Região. Artifices empenhados da cidade onde vivem e da vida que querem viver.

Meus caros leitores, população briosa da minha cidade! Se os espanhóis fazem isto com tanto êxito, quando é que nós vamos fazer o mesmo, com a mesma intensidade ou ainda melhor?

 

 

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