Opinião: Alzheimer

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António Augusto Menano

“A “espuma azotada” (Pablo Neruda”) que faz viver a memória, alterna com a sensibilidade dorida e a ligação entre a memória e o instante. Isto que parece complexo é muito simples.

O instante que vivemos constantemente vai buscar às dobras, aos recantos mais escondidos o que guardamos no cérebro, tudo o que vivenciamos. Há pouco tempo, uma amiga minha foi abordada num corredor de um unidade hospitalar, por uma senhora de idade, bem vestida, que lhe disse: “ a Mafalda mantem-se elegante; o seu irmão ainda vive nos Estados Unidos? E os filhos, e a mulher americana? Bem? A Mafalda continua na mesma. ”

A minha amiga nem se chama Mafalda. Nem tem irmão algum, mas manteve a postura. A senhora parecia tão segura e feliz. Estaria em face um caso de demência, de Alzheimer, de um equívoco?

A realidade não é igual para todos, ou uma realidade poderá ser, convictamente, para alguns, diferente. Quando ela me contou, não me apeteceu rir, como às suas colegas .Afinal, não temos nós universidades de verão onde se ouvem coisas de menor grau, paroquiais?

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