Diogo Cabrita

A eleição dos representantes dos beneficiários titulares da ADSE, I.P. no Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, I.P. encontra-se marcado para o próximo dia 19 de Setembro de 2017. Falamos de um Universo de 813 mil votantes e portanto uma eleição da dimensão das autárquicas de Lisboa.
A 19 de Setembro confrontam-se alguns “mesmos de sempre” e outros que surgem de modo surpreendente. Eram precisas cem assinaturas para se propor, o que facilitava o concurso de “tiriricas” e “emplastros”, mas talvez por desatenção, não concorrem senão pessoas do universo dos sindicatos e das tendências políticas do sindicalismo.
Era natural que uma corporação que beneficia do único seguro ilimitado de cobertura tivesse uma guerra de poder e lá está, como para as eleições do Montepio Geral: os partidos até às barbas e os sindicalistas até ao coração. Concorre um ex-ministro de Guterres – Crisóstomo Teixiera.
Concorre um ex líder da UGT – João Proença. Estas duas candidaturas credibilizam e dão fama a este acto eleitoral. Depois está uma candidata com Prémio Beatriz Ângelo (Câmara de Odivelas para a igualdade de género) de 2016 que tem sido Presidente da Direcção do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos – Maria Helena Correia Silva Rodrigues – é de facto a liderança apagada que substituiu o famoso Bettencourt Picanço.
Outro candidato é António José Ferreira Pereira, Sindicalista do sntct (Correios) e portanto mais um homem dos sindicatos para um lugar que deveria ser para os representantes dos beneficiários, pois o lugar dos sindicatos já existe no Conselho Directivo do novo Instituto. É o assalto ao castelo!
Temos ainda a concurso Luís Paulo Carreira Fonseca da Costa desde 28 de Outubro de 2005, Vereador em regime de permanência da Câmara Municipal de Arganil. Mestre em Contabilidade e Auditoria pela Universidade Aberta e Licenciado em Gestão pela Universidade Internacional da Figueira da Foz.
Sexto concorrente, informa o Google que é líder do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins, de nome Francisco José dos Santos Braz. As guerras CGTP e UGT andam ao rubro na auto-europa e na adse, para mal de todos nós.
Por último surge a concurso uma Senhora de percurso misterioso para quem consulta a internet como eu: Arminda da Conceição Cavaco Pica que fez inúmeros concursos para muitas actividades mas de quem não vislumbro foto ou emprego real. Há vários destes candidatos ao lugar consultivo da ADSE sem notoriedade na internet, o que hoje é uma fraqueza para lugares de actividades públicas. Os lugares são remunerados? Não consegui esclarecer.
Como sou crítico dos empregos sindicalistas – os que vivem toda uma vida a trabalhar para os sindicatos, a usufruir privilégios de dirigente sindical, estou algo zangado com esta eleição. Os profissionais do sindicalismo são alguns dos culpados do Estado a que chegou este país de corporações e de direitos não transversais – um Portugal de desigualdades para funcionários privados e do Estado. Para a minha forma de ver as coisas são mais consistentes Crisóstomo Teixeira e Fonseca e Costa. Não percebo a alergia ao sossego que tem João Proença. Não sei onde querem chegar os outros candidatos. Em Coimbra a mesa de voto é na Rua General Humberto Delgado, nº 319, 3030-327 Coimbra a 19 de Setembro.