Teotónio Cavaco

Apesar de agosto ser mais dado a férias, logo a um certo “entorpecimento do espírito”, este verão, de cheiro a queimado, de céu turvo e de lágrimas incontidas, obriga à ação de combate, à reflexão sobre as causas, à busca de soluções, ao reordenamento de procedimentos.
Assim, vale a pena lembrar que, na sequência da Cimeira do Rio ( 1992 ), se realizou na cidade dinamarquesa de Aalborg, em 1994, uma Conferência Europeia para discutir a sustentabilidade das cidades e vilas, da qual saiu um documento, denominado “Carta de Aalborg”, entendido como espoletador da Campanha Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis (CECVS), que procura incentivar a reflexão sobre a sustentabilidade do ambiente urbano, o intercâmbio de experiências, a difusão das melhores práticas ao nível local e o desenvolvimento de recomendações que visem influenciar as políticas ao nível da União Europeia e ao nível local.
Este compromisso político para o desenvolvimento sustentável baseia-se, sobretudo, na necessidade da participação da comunidade local, na obtenção de consensos, na equidade social, num correto ordenamento do território, na mobilidade urbana, e na urgente defesa do clima mundial e da conservação da natureza: “não podemos permitir a transferência dos nossos problemas, nem às comunidades mais alargadas, nem às gerações futuras”.
Estamos dispostos, finalmente, a “cumprir Aalborg”?!…
Voltarei ao assunto na próxima semana.