Coimbra começa a despertar para um ano em que tudo o que já foi usado ainda pode ser inaugurado. Trata-se de uma espécie de “guarda o que foi novo e saberás o que inaugurar”.
Mas no meio deste fértil ano de inaugurações de obras acabadas há mais de um ano e em anúncios de obras que um dia serão feitas e de realizações de projetos que um dia se haverão de concretizar, Coimbra ainda teve, há escassos dias, a apresentação de mais uma espécie de solução para o Metro.
Se a memória não me falha, foi um governo socialista que, em 2006, fez cair um concurso público para a construção e exploração do Metro-Mondego e já em 2010, outro governo socialista mandou retirar os carris da linha férrea da Lousã. Supostamente para nessa faixa circular o Metro. Infelizmente, com a mesma rapidez que se tiraram os carris, se mandou parar a obra. Curiosidade, ou não, é que foi novamente um governo socialista quem mandou parar as obras. Desde essa altura, ficámos sem a velhinha automotora, ficámos sem Metro. O que ganhámos? Como alguém recentemente disse, Coimbra, ganhou um serviço de camionagem. Serviço esse que entope as estradas, é penoso para os passageiros e como se isso não bastasse, ainda custa uns quantos milhões aos contribuintes.
Podemos concluir que sempre que tivermos um governo socialista, temos fortes probabilidades de haver mais um imbróglio na questão do Metro-Mondego. E de facto, a escassos meses de mais umas eleições autárquicas, vem um ministro socialista, mais uma vez, anunciar que o governo socialista descobriu a pólvora e – qual D. Sebastião! – agora é que vai haver Metro em Coimbra! Só que não…
Um anúncio de fantochada. Na prática, vai alterar-se o serviço de transportes públicos da Cidade de Coimbra e os transportes que fazem atualmente os troços que ligam as antigas estações da linha férrea da lousã, vão ser substituídos. Dito de outro modo. Aquele serviço vai deixar de ser feito por autocarros a gasóleo e vai passar a ser feito por autocarros híbridos/elétricos. Grande inovação! Como é que ninguém ainda se tinha lembrado de construir um Metro, sem Metro mas com autocarros. Solução genial este “MetroBus”.
Para melhorar o serviço, até já estão previstos e perfeitamente justificados, mais uns estudos, e depois das eleições autárquicas deste ano, logo se vê. Provavelmente a solução não será possível, mas o timing de fazer este anuncio a escassos meses das eleições autárquicas é uma brilhante ação de campanha de mais um governo socialista em prol das suas candidaturas nos municípios abrangidos pelo Metro-Mondego.
É impressionante a forma como se maquilha este processo do Metro em Coimbra. E como nestas coisas todos teremos de ser como São Tomé, a região de Coimbra ficará mais uma vez na expetativa de ver o que vai acontecer à solução “MetroBus do Mondego”, depois das eleições autárquicas.
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