1. Se não fosse Coimbra não existiria Santo António
Em 1195 nasceu em Lisboa uma criança a quem deram o nome de Fernando de Bulhões. Ainda jovem ingressou como noviço na Ordem dos Conegos Regrantes em S Vicente de Fora. Lisboa nesses tempos conturbados era uma cidade agitada, turbulenta, entroncamento de raças e povos. Não era, de modo algum, o tipo de cidade nem de ambiente que Fernando necessitava para seguir a sua vocação religiosa, o seu transcendente destino.
Veio, a seu pedido, para Coimbra que nessa altura era já o centro intelectual de Portugal. Só uma cidade como Coimbra, capital do Reino, centro intelectual do País estava à altura de lhe proporcionar as condições humanas e intelectuais para que Fernando de Lisboa fosse António de Coimbra, e se transformasse no Santo António que todos conhecemos e veneramos, um dos santos mais conhecidos da cristandade, o português mais conhecido do Mundo.
Porventura se não fosse Coimbra não existiria Santo António. Por isso esta crónica é dedicada a Santo António de Coimbra. E que bem fica a um dos maiores santos da cristandade, conhecido pelo seu saber, juntar-lhe o nome da cidade do conhecimento, onde ele encontrou os caminhos de Deus.
2. Santo António de Coimbra
( 1195-1231 ).
Em Coimbra, viveu oito anos chave da sua vida religiosa ( 1213-1221 ). Aprofundou os estudos e capacidades como teólogo, orador e taumaturgo, no Mosteiro de Santa Cruz.
Tocado pelo espírito franciscano de simplicidade, idealismo e fraternidade, foi autorizado a juntar-se a outros franciscanos que tinham um eremitério nos Olivais de Coimbra e adoptou o simples nome de António. Em Coimbra encontrou os caminhos de Deus, que o viriam a tornar uma personagem de referência imortal.
Tinha chegado a Coimbra com o nome de Fernando, saiu de Coimbra para o Mundo com o nome de António na sua missão de espalhar a fé e a solidariedade entre os homens. Percorreu o Norte de África, França e Itália ate se fixar definitivamente em Pádua onde veio a falecer ainda novo. Acredito que morreu com Coimbra no coração. Triste por estar longe de nós!
António foi o primeiro Doutor da Igreja da Ordem dos frades menores. Simboliza no triângulo-teólogo, pregador, missionário no Mundo- “o espírito de abertura e compreensão presente na nossa cultura e na mística dos Descobrimentos”, como afirmou Jaime Cortesão a propósito do franciscanismo.
3. Monumento a Santo António
de Coimbra
É urgente um Monumento a Santo António de Coimbra, possivelmente localizado junto à Igreja dos Olivais onde ele viveu. Será um acto de gratidão de Coimbra para este seu filho ilustre; será uma referência para a autoestima da população tão necessitada de exemplos dignos de uma vida ao serviço dos outros; será um atractivo incontornável no turismo religioso de todo o mundo cristão.
Será, para além disso, um bom ponto de partida, se houver vontade e capacidade, para um triângulo turístico religioso e cultural Lisboa-Coimbra-Pádua, com epicentro em Coimbra Património Mundial da Unesco, que trará com certeza grandes benefícios para a cidade, ao atrair muitos milhares de turistas. Por todas as razões, um Monumento a Santo António de Coimbra, já há muito deveria ter sido aqui construído! Ainda vamos a tempo!
One Comment