Ao longo do último ano realizámos inúmeros contactos com cidadãos do concelho no âmbito da formação das listas para as autárquicas. O processo de abordar um cidadão, explicar o projeto político do Bloco, identificar potenciais causas comuns e a integração ou não do mesmo cidadão nas listas locais, pode assumir contornos muito objetivos e corretos, mas nalguns casos parece que entrámos numa cena insólita de um filme do Tarantino. É toda uma escola.
Mais sério e mais grave é constatarmos eleição após eleição, os entraves que sofrem grande parte dos nossos concidadãos à participação na vida política. É já um grande clássico das más práticas, o caso da empresa que dá entender aos seus trabalhadores, de uma forma explícita ou velada, que serão penalizados se participarem nas listas de partidos ou de movimentos. Numa democracia isto é inaceitável. Mas este tipo de práticas alastra a algumas associações e autarquias, sobretudo quando há empregos em causa, por mais mal pagos que sejam. Recebemos também queixas de ameaças semelhantes em certos meios sindicais.
Apesar de o Bloco ser um dos partidos mais visados, importa sobretudo salientar que o regime democrático deveria impedir e penalizar estas práticas. Sabemos que não é tarefa fácil, mas só teremos uma verdadeira democracia se o medo passar para o lado dos prevaricadores e não de quem gostaria de oferecer o seu contributo para a ação política.