“Nunca te distraias da vida”, o livro de Manuel Forjaz, que morreu de cancro em abril de 2014, está poisado na mesa da sala. Serviu de inspiração a Pedro Oliveira Leite que nunca sofreu da doença, mas que, como o autor, vive na certeza de que nada conseguirá impedi-lo de viver a vida “enquanto existir vida para viver”.
A história de Pedro, casado, 45 anos de idade, pai de uma filha de 16 anos, é uma história de sobrevivência e de coragem. Há sete anos, a 20 de março, quando participava, em Condeixa-a-Nova, na ação cívica Limpar Portugal 2010 (uma campanha nacional de limpeza de lixeiras ilegais e poluentes e que mobilizou milhares de pessoas em todo o país), Pedro foi brutalmente atropelado. Com o impacto, acabaria por ser projetado a cerca de 20 metros de distância. Caiu no chão, inconsciente. Foi reanimado e transportado para o Hospital dos Covões.
O relatório médico é surpreendente: traumatismo crânio-encefálico com perda de conhecimento e amnésia, traumatismo facial com múltiplas fraturas, fratura exposta na perna direita, traumatismo da coluna cervical, traumatismo torácico…
“Até àquele dia tinha uma vida muito próspera: família constituída, um excelente cargo profissional muito bem renumerado, conhecido e estimado, sobretudo na zona Centro”, onde era chefe de vendas numa multinacional ibérica, recorda.
Pedro Oliveira esteve 36 meses de baixa médica. Em maio de 2013, quando obteve indicação por parte da Medicina do Trabalho para regressar, com funções melhoradas face às sequelas com que tinha ficado, nada seria igual.
“Como já não ia dar o mesmo rendimento à empresa fui posto fora, diplomaticamente, com a famosa “extinção de posto de trabalho” e com uma esmola de parte da indemnização a que tinha direito por lei”, conta. Entretanto, enviou dezenas de currículos para diversas empresas, mas nunca foi chamado.
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