A companhia de teatro de Coimbra Teatrão antestreia “Anticorpos”, na quinta-feira, um espetáculo dirigido por Patrick Murys, que cruza o teatro, a dança e o movimento.
O espetáculo tem como ponto de partida o corpo de cada um dos quatro atores – dois homens e duas mulheres -, que foram desafiados por Patrick Murys a serem eles próprios “os criadores das interrogações” em torno do corpo, tendo sido desenvolvidos quatro solos, onde movimento e palavra estão presentes, disse à agência Lusa o encenador de “Anticorpos”.
Há uma mistura de autobiografia com ficção, em quatro solos que jogam também com manequins – “a metáfora do corpo perfeito, mas inanimado”, explanou Patrick Murys.
“Cada solo tem a sua própria narrativa”, sublinhou, referindo que se abordam os padrões físicos, o corpo medicado, o corpo perfeito ou o corpo mercantil.
Segundo o encenador, durante o espetáculo brinca-se “com vários códigos” e provocam-se várias imagens em torno do corpo, em que o objetivo passa por uma “leitura e emoção imediata”.
“Não há a vontade de desenvolver, mas de provocar, de picar e de picar” o público, contou.
Os solos são apresentados em vários espaços da Oficina Municipal do Teatro, como os camarins ou sala de ensaio, havendo depois um “momento de união”, no palco do Teatrão, onde os quatro atores acabam por se relacionar.
No segundo capítulo do espetáculo, surge “uma floresta de manequins, que podem ser representados como uma loja ou um cemitério”, em que se confronta “o vivo e inanimado” e se explora a manipulação de objetos, disse.
“A ideia é a metamorfose. É a procura dos limites para se conseguir mudar”, notou Patrick Murys, frisando que pretende que o próprio público “saia transformado” e que seja infetado “por um vírus poético”.
A antestreia na quinta-feira é de entrada livre, sendo a lotação limitada a 60 pessoas.
A estreia do espetáculo está marcada para 01 de junho.