A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM/RC) defendeu hoje a requalificação da antiga ligação ferroviária entre a Pampilhosa e a Figueira da Foz, encerrada em 2009, e a sua articulação com a linha da Beira Alta.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a CIM/RC “sugere a articulação da linha da Beira Alta [Pampilhosa – Vilar Formoso] com a ligação Pampilhosa/Cantanhede/Figueira da Foz e a Linha do Oeste [Figueira da Foz – Lisboa] como alternativa à linha do Norte, de modo a atenuar o prejuízo e o transtorno em caso de acidente”, como o descarrilamento de um comboio de mercadorias que cortou aquela via no passado sábado.

Essa alternativa, a verificar-se, teria de repor a ligação entre a estação da Pampilhosa (linhas do Norte/Beira Alta) e a estação da Figueira da Foz, cidade de onde sai o ramal de Alfarelos, cujo troço coincide com a linha do Oeste até à estação de B-Lares e que faz a ligação à linha do Norte, na estação de Alfarelos.

Na nota, os autarcas dos 19 municípios que compõem a Região de Coimbra, reunidos hoje em conselho intermunicipal, alegam que “com um investimento de 25 milhões de euros na requalificação e eletrificação da linha Pampilhosa/Cantanhede/Figueira da Foz, ficaria assegurado o desanuviamento da linha do Norte, no troço Pampilhosa/Alfarelos”, mas o comunicado não explicita que o referido ramal, com cerca de 50 quilómetros (km) entre a Pampilhosa e a Figueira da Foz, foi desativado há oito anos, os carris retirados quatro anos mais tarde e as passagens de nível existentes desativadas e suprimidas.

“Simultaneamente, haveria condições para diminuir drasticamente o fluxo de centenas de camiões que circulam diariamente, por via rodoviária, de e para o porto da Figueira da Foz”, uma ambição antiga dos municípios da região, que nunca foi concretizada, até porque o antigo ramal da Pampilhosa, hoje desativado, não possuía ligação direta ao porto da Figueira da Foz.

A infraestrutura portuária possui, ao invés, uma ligação ferroviária às linhas do Norte e do Oeste, através do ramal de Alfarelos.

No comunicado, os autarcas da Região de Coimbra “reforçam a defesa da requalificação da linha da Beira Alta e classificam de redundante e de dispendiosa a nova ligação Aveiro-Mangualde, que está orçamentada em 675 milhões de euros”.

Contrapõem que a modernização do porto da Figueira da Foz “com o consequente aumento da capacidade de carga e de descarga, conjuntamente com a atividade dos polos industriais de Cantanhede e da Mealhada, asseguram a sustentabilidade da linha da Beira Alta”.

Consideram ainda “crucial o início da discussão sobre os projetos do Governo para a linha férrea, nomeadamente em matéria de redundância à Linha do Norte” e querem ver “clarificadas” as intenções do Governo, no âmbito do Programa Ferrovia 2020.