Opinião: O Associativismo como expressão maior da liberdade

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Todos nós, ao longo dos tempos, estivemos, estamos e estaremos ligados a associações de cariz diverso: cultural, desportivo, social.
E, igualmente, o fizemos, fazemos e faremos, com ligações à política, através dos partidos políticos.
Ambas as situações dignificam a vivência do ser humano – do cidadão – enquanto ator principal da transformação da sociedade.

Mas têm algumas diferenças, que devemos realçar:
1. Desde logo o facto de a vertente política ter por base a chamada Lei dos Partidos Políticos, mais especial; e a vertente associativa ter por base o Código Civil, mais geral;
2. A segunda o facto de a primeira ser, na generalidade, uma base de carreira profissional, muitas vezes remunerada e a segunda quase nunca o permitir;
3. A terceira, a nuance importante de o partido político se ramificar regionalmente, numa cadeia de propagação da ideia prevalente e a de a associação, na generalidade, ter base local não ramificada, dirigida ao interesse mais simples, que não, muitas vezes, menos importante.

Mas, em ambas as realidades, o que vale são as eleições, alicerçadas na Lei, nos Estatutos e nos costumes associativos.
Da própria génese de ambas se retira, aliás, a necessidade de se estar disponível para eleger e ser eleito e a intrínseca disponibilidade para ajudar a resolver problemas, que não para só ajudar quando se manda…ou se controla sem mandar.
As nossas terras – aqui na Beira, como por exemplo a minha, Penacova – estão a viver uma quase explosão do exercício são das liberdades, através do associativismo.
O fluxo dos dirigentes é biunívoco, ou seja, tanto vão da política para o associativismo, como deste para a política.
E esse trânsito não é mau, nem é bom em si mesmo: é, pura e simplesmente, normal, quando se está de boa-fé, defendendo, acima de tudo, os interesses da região.
Os partidos ajudam – e bem – a formar homens políticos; as associações ajudam – e bem – a formar melhores cidadãos.
Apesar de tudo, devia sobressair uma maior colaboração desinteressada, em prol do desenvolvimento, um evoluir natural da democratização, na justa medida em que as novas gerações se encontram, hoje, muito melhor preparadas do ponto de vista intelectual.
E isso só não acontece porque as pessoas que estão a sair da política, já quase caciques formatados, continuam a pensar que mandam em tudo como querem; que se justificam a si próprias para prosseguirem a distribuição dos seus poderes que já entendem/assumem como consuetudinários.
E quando as coisas lhes correm mal, nomeadamente, quando perdem as eleições, então há que aniquilar a associação que até podem ter fundado – e desenvolvido – há que tentar denegrir a imagem dos ganhadores – ou das suas ideias – tal como se estivessem bem formados, sim, mas em exercícios autofágicos.
E como resolver – e enfrentar – essas questões?
É só interiorizar, serenamente, que, apesar de tudo, o associativismo exprime melhor a liberdade; ainda é mais são…e mais desinteressado!
É do povo em geral; não tem donos; não cria caciques; nem obedece a credos ou a crenças, estejam elas mais à vista ou mais encapotadas.
As Associações estão, por isso mesmo, a ficar mais confiantes em si próprias e nas suas virtualidades; cientes de que estão sujeitas, sempre, ao veredicto popular, que não já a caprichos de circunstância!

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