Opinião: Desinvestimento no comboio

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Rui Curado da Silva

 

O descarrilamento do comboio de mercadorias recentemente ocorrido na Linha do Norte mostrou a fragilidade da nossa rede ferroviária, particularmente mostrou o resultado do desinvestimento no comboio dos últimos governos, em grande medida incentivados pela intervenção da troika no nosso país.

A nossa rede ferroviária oferece poucas alternativas viáveis à Linha do Norte, que se tornaram ainda mais limitadas após o encerramento da linha Figueira-Pampilhosa. Uma das alternativas possíveis a alguma circulação ferroviária afetada pelo recente acidente do comboio de mercadorias, poderia ter passado justamente pela linha Pampilhosa – Figueira através da ligação à linha do Oeste ou à Linha do Norte em Alfarelos. Poderia, mas não pode, está fechada.

A ausência de uma estratégia regional de transportes só contribui para piorar este cenário. Apesar das boas intenções da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra ao defender a reabertura da linha entre Pampilhosa e Figueira, os respetivos autarcas pouco têm feito para fomentar os transportes públicos nas respetivas cidades, entre as cidades do próprio distrito e entre o distrito de Coimbra e Lisboa.

Já aqui repeti como o absurdo dos horários matinais tardios dos comboios que nos ligam à capital parecem não incomodar os executivos locais. Como confiar na real convicção dos atuais autarcas locais para mudar este cenário?

 

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