Rui Curado Silva

Durante a campanha eleitoral, o então candidato Trump afirmou com muita confiança que se abatesse a tiro uma pessoa a sua popularidade continuaria a subir nas sondagens. As mentiras que proferiu e os sucessivos escândalos a que foi exposto não chegaram para o impedir de vencer. Marine Le Pen foi apanhada num esquema de financiamento do seu partido através de dinheiros destinados ao Parlamento Europeu, pago pelos nossos impostos, ironicamente utilizado nas suas campanhas contra as instituições europeias. São cerca de 300 mil euros que Marine Le Pen deverá devolver aos contribuintes europeus.

Le Pen recusa-se a devolver esse dinheiro. Curiosamente, este escândalo que envolve também o seu marido e alguns membros da sua equipa, parece não afetar a sua candidatura nas sondagens. Também o populista Nigel Farage juntamente com outros eurodeputados do seu partido é acusado de ter usado ilegalmente fundos europeus nas suas campanhas populistas no Reino Unido, num total superior a 600 mil euros.

Um padrão que parece prevalecer entre estes candidatos de perfil racista e populista, é uma certa imunidade da sua popularidade no seio do seu eleitorado, inclusivamente quando prevaricam e prejudicam os próprios cidadãos que neles votaram. Se deixarmos que este eleitorado decida, arriscamo-nos a ter de volta o pior: reedições do nazismo ou uma guerra mundial.