Opinião: Jogo viciado?

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Luís Santarino

Tenho ouvido uns teóricos a falar de educação, sem nunca ter “posto os pés numa sala de aula”. Há gente que não faz a mínima ideia sobre o comportamento de alguns jovens. É preciso saber e perceber que, a grande maioria dos professores têm família, filhos e netos, e não estão, decididamente, para aturar a má educação dos estudantes, vulgo, filhos dos outros.

Os leitores admiram-se, se vos disser que um belo dia, uma família “DE PAPÁS” se apresentou numa escola de “advogado à cinta” para fazer queixa de um Professor? Pois é; tal como “isto está” já não dá para admirar!

A disciplina, desculpem, a indisciplina reina nas escolas portuguesas. Mas, pasme-se, não é só nas escolas públicas. Nas escolas privadas também e numa percentagem muito elevada. Só que nestas últimas a escandaleira é abafada.

Por isso, a má educação não campeia e se desenvolve só nas escolas públicas como se quer fazer crer.

A disciplina, ou melhor, a falta dela não se trata com “paninhos quentes”; coitadas das criancinhas a quem não se pode dar um berro! Estas ameaçam logo com, “vou fazer queixa ao meu Pai”. E pronto. Como os professores não são propriamente parecidos, nem têm a mesma filosofia da “Madre Teresa de Calcutá”, maribam-se, e bem, pensando lá para com os seus botões; sabem, porreiro, não sabem, porreiro na mesma!

Ora, a questão está em tentar perceber como mudar o estado a que “isto” chegou. E digo “isto”, porque a educação chegou ao limite do aceitável…digamos, do inaceitável!

A educação deverá ter sempre como figura central o Professor. Nem mais, nem menos; ele próprio! Se assim não voltar a acontecer – por favor não pensem que defendo o ensino de antanho – a escola continuará em degradação contínua, o que poderá degenerar, voltando, nessa altura sim, ao ensino de antanho!

A figura do Professor deverá permanecer intocável em todo o processo educativo dos vários graus de ensino. Mas também, e por outro lado, não se pense que se poderá continuar a tratar de forma igual, o que é diferente. A avaliação de desempenho, desenvolvida apenas com o objectivo de melhorar a educação, melhora também a prestação dos Professores. Igualdade em direitos e deveres é uma salvaguarda constitucional. Igualdade no trabalho, na dedicação, no empenhamento, no rigor e “por aí fora” – signifique lá o fora o que tiver de significar – é outra coisa bem diferente.

Além do mais, a escola deverá ser gerida como uma organização que persegue um fim. Não ser apenas um “ajuntamento de pessoas” com interesses diversos que colidem entre si, colocando em causa a sua própria evolução e desenvolvimento.

Tenho ouvido por aí que se quer voltar a um passado recente profundamente disparatado, mas que salvaguardava apenas uma parte dos professores. Seria um corporativismo, mais um, num conjunto “variado” de corporações que, cada um a seu jeito, olha para si como o mais importante de entre os mais e seus pares.

A escola deverá passar a ser diferente. Que ninguém tenha medo ou receio de mudar. A mudança faz parte da vida… e só não mudam os burros!

É preciso “partir muita pedra” mas, por favor, não comecem a viciar o jogo logo de início.

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