A Universidade de Coimbra foi pioneira, em Portugal, ao criar uma creche, em 1973, para apoio aos alunos. Trata-se de um serviço que continua a assegurar uma resposta difícil de encontrar.
“Havia muito mais alunos com filhos no 1.º Ciclo (licenciatura) do que hoje”, contou a administradora dos Serviços de Ação Social, Regina Bento.
Hoje, a instituição tem 55 crianças na creche (para crianças com idades centre o três e os 36 meses) e 75 no jardim-de-infância (para crianças dos três anos até ao ingresso no primeiro ciclo), de várias proveniências. Localizada na Rua Lourenço de Almeida Azevedo, a estrutura possui três salas: berçário; sala de transição; sala dos 1-2 anos; sala dos 2-3 anos.
“A universidade é cada vez mais procurada por investigadores estrangeiros que vêm para Coimbra com a família e procuram um pacote com alojamento e serviços como este”, revelou a responsável.
A universidade oferece essa possibilidade, tem algumas residências destinadas a esse fim e disponibiliza também serviços médicos.
Segundo Regina Bento, o regulamento foi alterado para poderem ser acolhidos bebés a partir dos dois meses: “Normalmente as creches só aceitam bebés a partir dos quatro meses, mas os estudantes não têm licença de maternidade”.
Para além de Coimbra, há também infantários instalados na universidade de Lisboa. A mais antiga é a creche dos Serviços Sociais, que nasceu de uma ocupação pós-25 de Abril, quando as funcionárias dos refeitórios exigiram um local para deixarem os filhos em segurança enquanto trabalhavam. Hoje, recebe 100 crianças e tem planos de expansão, pelo que está a ser remodelado um edifício junto à Reitoria.
O “Letrinhas”, gerido pela Associação de Estudantes, funciona na Faculdade de Letras e acolhe 16 crianças, debatendo-se neste momento com dificuldades de financiamento.
Por fim, no Instituto Superior Técnico, encontram-se cerca de 75 crianças no pré-escolar e 42 na creche. A iniciativa partiu da Associação do Pessoal desta antiga escola da Universidade Técnica.
Em setembro de 2015, a dirigente do Bloco de Esquerda Catarina Martins denunciava, durante uma ação de campanha, que as creches em Portugal são mais caras do que as universidades.