Desta vez, S. Pedro não quis estragar a festa. Pelo contrário, esperou que o desfile acabasse para libertar a chuva. E se o corso não tivesse arrancado com cerca de meia hora de atraso, o Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz não teria metido água. A verdade é que se tivesse começado a horas, muitas pessoas não teriam visto o desfile desde o início, tendo em conta a extensão das filas que ainda se verificava às 14H30.
Ninguém levou a mal, até porque, quem conhece a Figueira da Foz de outros carnavais, o atraso crónico foi superado pela nova organização, que entrou em funções no ano passado – a Associação do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz – , sucedendo a autarquia. Por outro lado, a delonga deveu-se à avaria de uma viatura que integrava o desfile. Para quem gosta daquele tipo de festa, valeu a pena esperar.
A qualidade dos carros alegóricos melhorou, em comparação com o ano passado. O mesmo se verificou com os grupos participantes. Houve ainda, como manda a tradição, os foliões espontâneos, que aduziram ingredientes tradicionais portugueses à festa que também tem ritmo brasileiro, marcado pelas três escolas de samba. O trio eléctrico de zumba também espalhou ritmo pela avenida do Brasil. O público, que este ano acorreu em maior número (cerca de 12 mil pessoas, mais duas mil do que em 2016), por seu lado, nem se apercebeu que o espetáculo durou cerca de três horas.
Romana
recuperou a tempo
A organização faturou bem, mas não ganhou para o susto. Ao que foi possível apurar, Romana, a rainha, sofreu uma intoxicação alimentar, anteontem, em Lisboa, e ao final da manhã de ontem ainda não havia garantias se podia reinar na avenida do Brasil, mas a cantora recuperou e cumpriu com a real missão de animar o Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, ao lado do rei Carlos Queirós.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz também gostou do que viu. “Foi um Carnaval bem passado, muito animado, com grupos muito bem recriados. A organização pela associação parece que está a resultar. Por outro lado, fico muito satisfeito por ter muita adesão”, declarou João Ataíde ao Diário As Beiras.
O desfile de ontem foi o segundo de quatro. O Carnaval Infantil Solidário, no primeiro, foi na sexta-feira, com cerca de 1600 crianças das escolas do concelho. Hoje, pelas 22H00, desfilam as escolas de samba locais – A Rainha, Unidos do Mato Grosso e Novo Império. Amanhã, pelas 14H30, realiza-se o derradeiro corso, com os reis e os seus 1200 súbditos. A entrada custa quatro euros – crianças até aos 12 anos e foliões integralmente caraterizados não pagam.