Opinião: Dona Constança

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TEOTÓNIO CAVACO

“Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!” – esta frase, normalmente atribuída ao general romano Galba em carta enviada ao seu Imperador, no Séc II antes de Cristo, referia-se à tribo guerreia dos Lusitanos, comandados nomeadamente por Viriato, os quais habitavam uma parte do atual território nacional e que ofereceram acesa resistência às poderosíssimas legiões romanas.

Ora, por “governar” entendemos por exemplo administrar; reger; dirigir; ter autoridade sobre; regular o andamento de; conduzir para…; já o “deixar-se governar” pode ser entendido como confiança em; estar por conselhos, direções, mandados de; mas também demitir-se de intervir; aceitar passivamente o governo de; ser mantido, sustentado; perder autonomia; delegar acefalamente a sua vontade.

Há, na foz do Mondego, quem por governo entenda luzinhas e foguetes, saltos e decibéis, inauguraçõezitas e anúncios de Obra que nunca concretizarão, festa e festança com a Dona Constança.

Há, na foz do Mondego, quem se deixe governar sem se questionar sobre a razão do incompreensível atraso do PDM, sobre a modestíssima verba do PEDU, sobre a altíssima taxa de desemprego, sobre a inexistente política de mobilidade no concelho, sobre a incapacidade para atrair investimento, por exemplo.

Alguns dizem que há, na foz do Mondego, um povo estranho que quer assim continuar a ser governado… talvez não, Dona Constança!…

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