Opinião: Autofagia de Coimbra; Autofagia na Saúde – 03 – 11 -2016

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Norberto Canha

Norberto Canha

Estava a ser profeta no artigo publicado no Diário As Beiras, sexta-feira, 28-10-2016, pois que nos discurso de encerramento do Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) ocorrido no Porto – Centro de Congresso de Afândega do Porto – na sessão de encerramento o Presidente da Sociedade fez uma exposição longa (estava-me a parecer longa demais) sobre os problemas que a Ortopedia enfrentava, mas de grande qualidade e, depois de ouvir a comunicação do sr Secretário de Estado da Saúde, aliás fundamentada em estatísticas, estabelecendo comparação com o Governo que o antecedeu, sem dúvida de qualidade, mas o juízo que fiz foi, e por isso felicitei o presidente dizendo-lhe, “talvez até curta para neutralizar o efeito de comunicação do sr. Secretário de Estado”.

É que na estatística faltou a satisfação dos profissionais da saúde e dos doentes; as preocupações dos familiares e o transtorno, até material, com essas altas para mim, antecipadas.

No corre, corre de observar o doente, escrever no computador, destruiu-se a empatia que deve ser o factor dominante entre o médico e o doente.

Não que a nossa medicina não tenha qualidade; oiço residentes na Inglaterra e na Alemanha que vêm para Portugal para ser tratados porque aqui são melhor tratados do que nos países que têm todos os recursos.

As estatísticas são como as labaredas duma fogueira que logo se apagam; extinguem-se antes de se extinguir a fogueira e a fogueira extingue-se logo que lhe falta a lenha ou seja, os recursos que já não temos.

Exige-se cada vez mais aos profissionais de saúde e cada vez menos se põe à sua disposição os recursos.

Temos que ter presente, não me farto de insistir, que há três mundos: o primeiro mundo que tem tudo (embora nesses países também haja miséria) e impera o desperdício; o segundo mundo vai tendo alguma coisa, que é o nosso e exige viver como o primeiro mundo que cultiva o desperdício; o último, o terceiro mundo, nada ou muito pouco tem e será com os desperdícios do primeiro e segundo mundo que poderá facilmente atingir níveis compatíveis com a dignidade humana, que no século XXI se deve cultivar e exigir de todos nós.

Como o actual Presidente da SPOT, empossado durante o congresso, é de Coimbra espero que tenha ouvido, que eu escutei, a intervenção do seu antecessor e com o prestígio e responsabilidade do cargo, que por eleição conquistou, seja determinado e não condescendente com o que está a acontecer no país, mas particularmente em Coimbra onde melhor conheço os problemas pois convivo com eles.

Que a população da nossa querida Coimbra desperte – doente e não doente – com atrasos ou não, das operações, e mostre por escrito ao Diretor dos HUC e Presidente da ARSC o vosso desconforto por ter de o fazer e a alegria que terão se tiver êxito a vossa iniciativa.

A tragédia da saúde e, hospitalar, em Coimbra resultou dos diretores deixarem de ser eleitos para serem nomeados. Iniciou-se a subserviência e a prevalência dos administradores na orgânica hospitalar. No meu tempo, havia apenas um administrador e de carreira, todos os outros elementos do conselho de gerência eram por eleição.

Quantos administradores serão hoje? Será para alimentar e, apenas, a estatística?
Senhores que me leiam, já pensaram no que é inteligência? Com a certeza que sim! São capazes de inteligentes se julgar!

Eis a definição que acho mais consentânea para o momento: “inteligência não é só saber, mas Repensar o Passado, Pensar o Presente para acautelar e prevenir o Futuro”.

Não é melhor o que mais sabe, mas o que melhor faz!.

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