Quando é que a orquestra clássica começa a fazer concertos?
A Orquestra Clássica da Figueira da Foz é uma novidade que foi apresentada em maio deste ano, no Palácio Soto Maior, mas o grande concerto inaugural ainda não teve lugar. Apesar disso, já se ouviu várias vezes. Nomeadamente, na sessão solene do aniversário da Sociedade Filarmónica Dez de Agosto (SFDA), na igreja matriz de Buarcos e, muito recentemente, na gala da Dez de Agosto, juntamente com a Orquestra Ligeira da Sociedade Filarmónica Paionense, o que significa que as pessoas já puderam ouvir a orquestra clássica, mas sempre acompanhada, porque ainda não tem um repertório meramente clássico, mas é para isso que estamos a trabalhar.
É de loucos, visionários ou sonhadores, criar uma orquestra clássica na Figueira da Foz (risos)?
(Risos). Acima de tudo, é a vontade de um conjunto de pessoas de fazer coisas diferentes. A SFDA tinha o objetivo de fazer algo ligado à música, porque ela está na sua génese, mas não fazia sentido estarmos a criar outra banda na Figueira. A parceria com o Conservatório David de Sousa permitiu-nos ter acesso a “mão-de-obra” disponível e qualificada, mas é insuficiente. (…) Temos 15 músicos, com idades entre os oito e os 15, mas precisamos de mais, para podermos criar a harmonia necessária a uma orquestra clássica.
Por que é que acabou a filarmónica?
A banda acabou porque, infelizmente, na SFDA não tivemos capacidade para ver para além do presente. Em finais dos anos 90 e inícios de 2000, não tivemos a capacidade de perceber que, se não investíssemos na formação e na profissionalização, estávamos condenados ao fracasso.
Há possibilidades de ser reativada?
Não digo que seja impossível. Neste momento, tendo em conta o panorama concelhio, a oferta e a dificuldade para se conseguir sustentar as nove filarmónicas, colocar mais uma no mercado, seria dar tiros nos pés. Para mim, a curto e médio prazo, não faz qualquer sentido reativá-la.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra na Foz do Mondego Rádio (99.1FM) e vista na Figueira TV.