Opinião: Regresso

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SERPA OLIVA

Serpa Oliva

Após dois anos de ausência, volto a escrever e a partilhar, com os leitores do Diário As Beiras, pequenos artigos de opinião pessoal.

Faço-o, já não como deputado, mas como simples cidadão desta Coimbra de sempre, na convicção de que aquilo que vos quero transmitir será sempre com sentido construtivo e numa tribuna que me honra, com o convite endereçado pelo Diretor Dr. Agostinho Franklin, num jornal que se tornou para mim uma referência regional.

Começarei por vos confessar que abandonei a Assembleia da República por motivo de doença, que me levou a repensar toda a minha vida.

Primeiro, uma leucemia linfocitária crónica, seguida e tratada de forma exemplar no serviço de Hematologia do CHC/CHUC, pelas Dras. Cristina e, actualmente Dra. Marta, o que levou a 12 sessões de quimioterapia e alguns momentos de angústia.
Depois, um adenocarcinoma do pulmão, descoberto pelo Dr. João Almeida e Dr. Correia Xavier, com cirurgia pelo Dr. João Bernardo/Dr. Luis Eugénio (ablação do lóbulo inferior do pulmão direito) e internamento nessa excepcional Unidade dos CHUC, dirigida pelo Prof. Dr. Manuel Antunes.

Poderá questionar-se como reagimos a este tipo de situações?

Sou, indiscutivelmente, um homem de fé e entreguei tudo nas mãos de Deus, com “ajuda” do Santo Inácio de Loyola, a quem me ligam, através da Companhia de Jesus, laços de forte cumplicidade, nomeadamente com o Padre Vasco Pinto Magalhães, meu Diretor Espiritual.

Descobri o valor inestimável da vida e da saúde.

O que mais me custou, foi o sofrimento que causei na minha Família e nos Amigos mais chegados.

Foram, no entanto, eles que, com a sua espantosa força me ajudaram a chegar aqui com a sensação de que, embora não curado, poderei viver com uma imensa qualidade de vida o tempo que Deus me permitir.

Amo demasiado a Vida e aqueles que me rodeiam, e isso não se descreve, Vive-se.

Passei a relativizar os pequenos “nadas” que muitas vezes “infernalizam” a nossa vida para agradecer cada momento que passa, como algo de único.

Hoje mais do que nunca, assumo que o Amor é a mais espantosa das verdades e a única porque vale a pena viver.

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