Opinião: Registos da semana

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Norberto Pires

Norberto Pires

Obsessão: perguntaram ao ministro alemão das finanças sobre o Deutsche Bank e ele resolveu, uma vez mais e para desviar atenções, dizer mal de Portugal.

Na verdade, o ministro respondia a perguntas dos jornalistas alemães à entrada do Eurogrupo, sendo que nenhum deles perguntou sobre Portugal, mas sim sobre as preocupações com a situação do Deutsche Bank, um dos maiores bancos alemães, que já tremia na altura (e agora pior). A única referência do governante a esse respeito é que não havia razão para preocupação.

Inacreditável: Fiquei de boca aberta quando li a resposta de um assessor do PM às dúvidas colocadas sobre a veracidade das declarações que prestou sobre a sua situação académica: “Os dados constantes na minha nota curricular de nomeação baseiam-se nas informações prestadas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra datadas de outubro de 2009”. Portanto, ele não sabia se era licenciado. A FCTUC é que em 2009 prestou declarações nesse sentido. Mais tarde ficou a saber, imagino que para sua enorme surpresa, que afinal só tinha feito quatro cadeiras. Vivemos tempos em que a ética e o caráter são coisas absolutamente secundárias.

E o diabo que insiste em não chegar: A síntese de execução orçamental de setembro de 2016, divulgada esta semana, mostra que o défice orçamental diminuiu em setembro para 2924 milhões de euros – o que equivale a menos 1000 milhões de euros face ao saldo registado até Agosto de 2016 ( 3989,5 milhões de euros) e menos 292 milhões de euros quando comparado com igual período de 2015. A receita também cresceu a ritmo muito superior que a despesa, o que torna definitivamente credível a meta de 2,5% do PIB (o até inferior) para o défice das contas públicas.

Ajustes diretos: O jornal Público dizia esta semana que a Câmara Municipal de Coimbra abusava dos ajustes diretos, onde floresciam empresas de amigos políticos, estando numa situação de ilegalidade. Alguém acrescentava, noutra peça do mesmo jornal, que esta cidade nunca teve uma Câmara e um Presidente à altura das suas potencialidades. É bem verdade. Eu acrescento que, infelizmente, teve alguns que ajudaram a afundar a cidade para o atual estado de degradação. Lamentável.

O Eurostat e a nossa realidade: a agência estatística europeia divulgou esta semana uma folha informativa sobre défice e dívida dos vários Estados membros, com histórico desde 2012. Portugal termina o ano de 2015 com o 3º pior défice da UE e com a 2ª maior dívida. Em 2012, Portugal tinha o 7º maior défice e a 2ª maior dívida. Infelizmente não há mais nada a comentar, a não ser dizer que é mau demais.

Morreu o João Lobo Antunes. Era um dos muito bons e vai fazer falta. Muita falta. Lamento muito.

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