Opinião: Por terras de Soure, dos Templários ao S. Mateus

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Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues

1. Soure e os Templários na construção de Portugal
Vindo de Conimbriga, a caminho de Soure, vou pensando que a vida dá muitas voltas! Durante seiscentos anos, depois dos romanos terem sido expulsos, a Região de Coimbra esteve sem rei nem roque. Sujeita a ataques frequentes dos almoravidas, que vinham, levavam o que queriam, destruíam o que não queriam, enquanto o diabo esfrega um olho!
D. Sesnando mandou edificar a cintura amuralhada dos Castelos da Região e isso conteve-os um pouco. Mas com D. Afonso Henriques, a coisa passou a ser diferente! Instalado em Coimbra, olhou para lá do Mondego, o que nem todos fazem nos dias de hoje, viu que para Sul havia uma vasta região desabitada à espera de dono e achou que a melhor defesa era o ataque! Um “trabalhão” para pôr outra vez tudo na ordem!
E tal como hoje faz o Governo, quando se vê em apuros, recorreu ao exterior. Nessa altura o exterior era o Papa que estava em Roma. Vieram os Templarios que se instalaram em Soure, e passou a ser a sua primeira Sede em Portugal. Os Templários, danados por uma boa briga, fizeram aquilo que se sabe!
Chego a Soure subo à Torre do Castelo dos Templários. Ao olhar para esta vasta Região, imagino as duras pelejas dos bravos cavaleiros do templo apoiados pela generosidade e valentia das gentes de Soure na luta pelo alargamento de Portugal. Desde então Soure marcou por mais de uma vez, a letras de oiro a História das suas gentes na defesa de Portugal. Aqui lhes presto a minha homenagem!

2. A Região de Soure nos dias de hoje
Entretanto quase nove séculos passaram! Hoje Soure é uma região rural e agrícola, sulcada pelos rios Arunca e Anços que lhe dão vida, beleza, riqueza e alento.
A zona serrana do Sicó, com Tapeus, Degracias e Pombalinho. A zona mais plana e fértil com Vila Nova de Anços, Samuel, Alfarelos, Granja do Ulmeiro, Vinha da Rainha, Brunhós, Gesteira e Figueiró do Campo. Embora variadas apresentam uma notável coesão territorial e vale a pena uma visita mais demorada!
Vou a pé até ao Largo do Município, onde sobressai o bonito e curioso edifício neo-manuelino onde está instalada a Câmara.
Tranquilo, misturo-me com a população simpática e comunicativa. Passo por casas apalaçadas, pelas simples mas bonitas Igrejas de Santiago e da Misericórdia. Está na hora de almoço. Entramos num restaurante ao virar da esquina. Está cheio de gente até à porta! Adoro enguias!

3. Eu podia lá faltar ao S. Mateus!
No final, uma bica com Brandymel. Ponho Coimbra em cima da mesa! Perguntam-me pela Universidade e os turistas, pela Câmara, a Baixa e o Metro Mondego por resolver, se as obras do Convento de S. Francisco já acabaram, o mau arranque da Académica! Aqui, como em todos os outros Concelhos do distrito que tenho visitado, noto um genuíno interesse pelas questões de Coimbra, satisfação pelos seus sucessos, mágoa pelos seus reveses.
Falam-me, por sua vez, na Feira de S. Mateus, que é dentro de dias. É a Festa das Freguesias. Queijos, nozes, castanhas, barros, pipas, artigos de palha e de madeira variados. Um pouco de tudo aquilo que se faz e produz nesta região onde vive gente seria e trabalhadora!
Tascas e tasquinhas com petiscos de se lhe tirar o chapéu e vinho que até faz borra na boca! Artistas de nomeada em palco, televisão em direto! Muitos durante a Feira nem a casa vão dormir. É Soure no seu melhor!
Convidam-me a vir à Feira de S.Mateus. Claro que sim! Eu podia lá faltar ao S. Mateus, face ao seu entusiasmo?

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