Montemor-o-Velho dá meios a cuidados de saúde que Administração Regional não tem

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A Câmara de Montemor-o-Velho vai assumir os custos com um projeto de cuidados a idosos, hoje apresentado, com valências da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), disponibilizando meios que esta entidade não tem.

O Programa de Apoio Geração Sénior (PAGER) – Sorrisos ao Domicílio pretende identificar idosos que vivem isolados e intervir na prevenção de acidentes domésticos, apoiar na medicação, avaliar situações de demência ou atuar em caso de catástrofes, como incêndios florestais e inundações, entre outros objetivos, e a autarquia vai dotar de meios uma unidade de cuidados que não os possui.

Em declarações à Lusa, Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, explicou que a autarquia adquiriu meios complementares de diagnóstico que são utilizados pela equipa de quatro elementos da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) do agrupamento de centros de saúde (ACES) do Baixo Mondego e que cede uma viatura para as deslocações daqueles profissionais a casa dos destinatários do projeto: 10 famílias que serão abrangidas numa primeira fase.

“A UCC acompanha algumas famílias, esporadicamente, por carolice do enfermeiro Artur [Simões, coordenador da unidade] e da sua equipa. Ou seja, agarra no seu próprio carro e vai lá visitar essas pessoas”, ilustrou Emílio Torrão, numa alusão à falta de meios de uma unidade que depende da ARSC.

Adiantou que o projeto PAGER é a “institucionalização” de uma colaboração já existente entre a UCC e a autarquia no âmbito da população sénior: “Eles não têm meios nem recursos para fazer diagnóstico, eu comprei, eles utilizam e fazem diagnóstico aos nossos seniores no âmbito do cartão Montemor Sénior”, sustentou.

“Esta iniciativa subiu de degrau, o que queremos com o PAGER é acompanhar desde já 10 famílias, algumas que eles já acompanham e outras que temos sinalizadas, dois ou três dias por semana. São famílias que não têm qualquer possibilidade de se deslocar ao centro de saúde, não têm qualquer possibilidade de resolver os seus problemas ao nível da saúde”, explicou o autarca.

“Vamos fazer um acompanhamento de saúde em proximidade. O que aconteceu aqui é que [os profissionais da UCC] não tinham meios e passaram a ter”, frisou Emílio Torrão.

Questionado sobre se esses meios não deviam ser providenciados pela tutela, Emílio Torrão respondeu que a câmara municipal está a ser “pragmática”: “Eu é que não vou abdicar de dar mais saúde aos meus munícipes por causa de meia dúzia de euros, a Câmara Municipal está em dificuldades financeiras mas, nesta área, não abdicamos de colaborar”, argumentou.

Sobre o montante do investimento, Emílio Torrão disse que quantia disponibilizada pela autarquia “é profundamente ridícula para o serviço e a mais-valia” do programa, estimando-a em 15 a 20 mil euros anuais num projeto que tem a duração de três anos, renovável por período idêntico.

Na sessão de apresentação do PAGER – programa que foi apadrinhado pela deputada do PS, Elza Pais, que hoje visitou Montemor-o-Velho – o presidente da ARSC, José Tereso, admitiu que a Unidade de Cuidados na Comunidade não possui meios e que a viatura disponibilizada pela autarquia – um automóvel ligeiro com 13 anos, decorado com a imagem do projeto – “permite dotar a UCC com uma ferramenta que é o transporte a casa dos utentes”.

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