Cinquenta a setenta por cento dos portugueses com demência sofrem de Alzheimer, disse à agência Lusa a responsável pela consulta de demência do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
“O número de portugueses [cerca de 160 mil] com demência é uma estimativa adaptada às características da nossa população, com base em estudos efetuados para os países da Europa do sul”, precisou a médica Isabel Santana.
A neurologista coordena a exposição científica sobre aquela patologia que é inaugurada na quarta-feira em Coimbra, no Museu Machado de Castro, intitulada “Desenhar o tempo”, que se insere nas comemorações do Dia Mundial da Doença de Alzheimer.
A mostra, que vai estar patente até 31 de outubro, retrata a forma como “se desenha o tempo na demência” e pretende, segundo Isabel Santana, “apenas sensibilizar as pessoas para a doença e nada mais”.
Trata-se de uma experiência cognitiva e gráfica que permite compreender o funcionamento do cérebro humano e conhecer as suas fragilidades, de forma a sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce da demência e da doença de Alzheimer.
“Esta exposição é dedicada ao Teste do Desenho do Relógio (TDR), um dos testes cognitivos mais populares tanto na deteção como no acompanhamento da evolução de doentes de Alzheimer”, explica a neurologista do CHUC.
Os avanços alcançados no diagnóstico cada vez mais precoce têm sido acompanhados pela inovação em fármacos com potencial de prevenção, que podem retardar o aparecimento de sintomas e a progressão da doença.
A exposição “Desenhar o tempo” é promovida pelo Museu Machado de Castro em colaboração com a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.