Opinião: Sociedade Regional

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Paulo Júlio

Paulo Júlio

Noutros fóruns, já tive oportunidade de escrever sobre este assunto. A auto-estrada A13 que liga Coimbra a Tomar e que permite melhores e mais rápidas ligações a muitos municípios do interior, nomeadamente da região de Castelo Branco e naturalmente do interior norte do distrito de Leiria, poderia e deveria possuir muito mais trânsito.

Esta história poderia ser escrita em vários capítulos. O primeiro, desde logo, deve relatar os elevados custos de portagens que esta auto-estrada possui, praticamente impedindo uma utilização diária à maioria dos seus potenciais utilizadores. O modelo de financiamento desta estrada obriga, por falta de tráfego, o Estado Português a pagar uma renda. Ou seja, para a empresa concessionária é quase indiferente se há ou não há carros a passar.

A manutenção diminui e a renda está assegurada. O segundo capítulo pode ser escrito à volta da alternativa à A13. A sua principal alternativa é a utilização da estrada nacional IC2 e IC3 que liga Condeixa a Tomar. Assim, a maioria do tráfego que flui desde o distrito de Castelo Branco, norte do distrito de Leiria e sul do distrito de Coimbra, utiliza as estradas nacionais com elevado fluxo, apesar das suas péssimas condições de segurança, como é o caso do dito IC3.

Na realidade, o péssimo estado dessa via rodoviária deve-se sobretudo, com certeza, à suposta falta de meios para a sua manutenção. A conclusão da história é que o mesmo Estado, daqui a poucos anos, inevitavelmente, terá de pagar avultada quantia pela manutenção de uma estrada , cada vez mais , carregada de trânsito, ao mesmo tempo que continua a financiar uma auto-estrada em excelentes condições rodoviárias quase vazia.

Esta é uma história regional que não é assunto e que deveria ser analisada por entidades municipais e regionais, reivindicando junto do Governo de Portugal, a bem da segurança rodoviária, do desenvolvimento da região e dos nossos bolsos.
A outra história regional que vale a pena aflorar igualmente numa perspectiva de reflexão por quem de direito, é a falta de ocupação do IParque (espaço localizado a 3 minutos da cidade de Coimbra, destinado à localização de empresas).

Não sei se falta estratégia, visão ou tempo. Mas, um território que tem uma infra-estrutura como aquela, também deverá ter recursos humanos dedicados a priorizar a atração de empresas e investimentos. Não sei, enquanto cidadão, tal como o caro leitor, se existem investimentos à vista, mas enquanto isso, o que todos notamos é que não é assunto na nossa sociedade regional. Fica a preocupação para reflexão e para que , no final, todos possamos ganhar com mais agilidade e foco de todos os que têm responsabilidades directas.

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