Burnout, segundo o dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora: “esgotamento físico e mental causado por excesso de trabalho ou por stress decorrente da atividade profissional”.
Não, não é uma moda, é uma nova realidade que se relaciona com inúmeros factores: horas de trabalho, falta de condições físicas e organizacionais, relações interpessoais / interprofissionais, pouco ou nenhum reconhecimento pelas chefias, remunerações não compensadoras relativamente á quantidade de horas de trabalho, esforço despendido e responsabilidade, impossibilidade de progressão, entre outras.
As consequências são múltiplas: desestruturação das famílias, falta de realização profissional com desmotivação e desinteresse, em última análise, doença física e/ou mental.
As doenças só se tratam e previnem depois de conhecidas e estudadas as causas. É disso que estamos a falar: conhecer a realidade e encontrar estratégias de prevenção.
Não é exclusiva dos médicos.
Cada vez mais, ouvimos falar de profissionais em Burnout nas mais variadas profissões e, principalmente, nas profissões que trabalham por turnos, trabalho nocturno e fins de semana, e as que lidam directamente com as pessoas.
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos publicou, na semana passada, os resultados de um estudo efectuado recentemente sobre este tema.
Mas afinal de que se queixam os médicos?
Não é dos doentes! Os doentes / utentes são a nossa razão de existir, são eles que nos motivam a não ter horas para comer, para dormir, para lazer…. Mas isto não é compatível com relógios de ponto, com tempos de consulta monitorizados, com registos informáticos que tentam “coisificar” pessoas, que não são “coisificáveis”!
Acreditamos que virá o dia em que a organização / gestão entenderá que tem de trabalhar “com” os profissionais e não “contra” eles. No nosso caso, a bem da saúde e bem-estar de todos (doentes e quem deles trata).