O silêncio repete-se de passos lentos e olhos rasos de lágrimas. Há quem se emocione, há quem se admire e há até quem duvide. Mas ninguém fica indiferente à mão incorrupta da Rainha Santa, padroeira de Coimbra, que está desde ontem exposta no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Carla Seco e Paula França foram das primeiras a chegar. A fé guiou-lhes o caminho entre Miranda do Corvo e Coimbra.
“Viemos em peregrinação”, conta uma das fiéis. “A Rainha Santa tem-me valido sempre. Nos momentos mais difíceis venho aqui até à igreja e sinto-me em paz”, revela Carla Seco.
Ontem, pela manhã, eram ainda poucos os visitantes. Mas, nestes dias, o vaivém ao santuário adivinha-se igual ao de anos idos, até porque a mão de Isabel de Aragão atrai sempre milhares de devotos.
Raquel de Alencar e Wilson Ferreira, de Fortaleza (Brasil), foram levados ao mosteiro por Fátima Matos, professora brasileira que está desde setembro a dar aulas em Coimbra. “Fiquei muito emocionada e, quando entrei naquele pequeno espaço para ver a mão da rainha, senti que ela [a Santa] estava a passar-me uma mensagem de bondade”, contou Raquel. Afinal, aquela “era a mão que praticava as boas ações pelas quais ela ficou conhecida ao longo da história”.
Foi, aliás, esse lado simbólico do cristianismo que chamou a atenção de Sofie Vrolÿk e Daan Saurcn, um casal de turistas holandeses. “O processo de canonização é complexo e sério e, se a mão está exposta, certamente é real. Mas o que impressiona é este simbolismo”, disse Daan Saurcn.
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