Opinião – O que é que nos adormece?

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Paulo Júlio

Paulo Júlio

Estamos quase no verão. Mais um verão. Trazemos a economia pendurada na indefinição e na hostilidade implícita de um governo suportado por forças políticas ideologicamente estatizantes, a taxa de crescimento em “banho-maria” , os juros de dívida pública demasiado altos e com a ameaça de podermos ser penalizados pelas instituições europeias pelo défice público excessivo. Claro que tudo isso temperado com um bom campeonato da Europa de futebol que nos vai distraindo e embalando, não parece ser de enorme importância.

O Reino Unido referenda a sua eventual saída do espaço europeu comum, nos Estados Unidos ainda se vão admirando que dia sim, dia não, haja um desequilibrado com uma arma disponível para matar inocentes, o Brasil afoga-se em confusões judiciárias e o preço baixo do barril de petróleo vai condicionando a vida dos países dependentes das receitas do recurso energético mais famoso do mundo.

Cá pelo burgo, vamos caminhando como Deus quer, num ritmo habitualmente taciturno onde nada de especial se passa. É caso para dizer que venha daí o verão, na esperança que a seguir tudo possa começar a funcionar como desejamos. Esta falta de dinâmica geral, disfarçada com algum jeito para empurrar os problemas para a frente ainda poderá dar maus resultados, se algo mais estrutural não mudar.

Este adormecimento artificial e uma nuvem de dúvidas sobre o futuro, com um olho no presente e outro nas próximas eleições, está a levar-nos para uma posição pouco confortável. Com tudo isto, esperemos que a seleção de futebol de Portugal nos dê um motivo para nos tornarmos mais optimistas e acreditarmos que isto vai melhorar.

Que os nossos responsáveis políticos, independentemente das suas cores políticas, sejam capazes de ter um rasgo de visão e de saírem das suas confortáveis rotinas de um dia a seguir ao outro. Será pedir muito? Talvez, mas como vem aí o verão, há que ter esperança.

Esperança alicerçada num país com um povo que merece mais. Não sei se a culpa é das elites, como diz o nosso PR, seja lá o que isso for. Mas definitivamente esta cultura tática e cautelosa, baseada em comportamentos cinzentos não beneficiam a nossa vida de cidadãos, nem no presente, nem no futuro.

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