A ideia de desertificação integrada num discurso político, que importa rever, pode ser “um estigma para o interior”, defendeu hoje a presidente da Câmara de Góis, ao intervir na cerimónia do hastear da Bandeira Azul da praia fluvial da Peneda.
Para Maria de Lurdes Castanheira, a utilização nas últimas décadas de expressões como “desertificação, envelhecimento ou interioridade” ameaça “constituir-se como um estigma” para os territórios de baixa densidade demográfica.
“E nós não queremos isso para a nossa terra”, disse, no encerramento da cerimónia oficial do primeiro hastear da Bandeira Azul do país, galardão atribuído pelo quarto ano consecutivo à praia da Peneda – Pego Escuro, em reconhecimento da qualidade deste espaço de lazer, no rio Ceira, naquele concelho do distrito de Coimbra.
Lurdes Castanheira enalteceu a ação “de profissionalismo e rigor” dos trabalhadores da Câmara Municipal, que levou este ano a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) a manter a classificação da praia fluvial, em plena vila de Góis, com base num conjunto de critérios de natureza ambiental, de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental.
“A exigência destes critérios é alta”, disse Celina Carvalho, diretora da Administração Regional Hidrográfica da Região Centro (ARHC), sublinhando que “não é nada fácil atingir este objetivo”.
Por sua vez, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, salientou que esta “é das regiões com mais bandeiras azuis” de Portugal.
O número de distinções em reconhecimento da qualidade das praias fluviais tem vindo a aumentar no Centro, o que “valoriza a oferta turística e este destino por inteiro, do litoral ao interior”, acrescentou.
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