Ser Mãe é único.
É mesmo muito diverso de ser Pai, que também dá Vida, não só pela força intrínseca da maternidade, mas também pelo simbolismo que a simples palavra Mãe acarreta à Humanidade e que faz lembrar, de imediato, o amor mais intenso e verdadeiro que há na vida.
Ser Mãe é diferente. Muito diferente de tudo. Diferente, porque não há Mãe que não ponha os seus filhos sempre, mas sempre, em primeiro lugar, qualquer que seja a sua idade e que, em qualquer circunstância da vida, não seja capaz de lhes perdoar seja o que for preciso! Também por isso, a palavra Mãe é tão comovente, que enternece até o mais agreste dos seres humanos…
Ser Mãe nunca foi encarado como profissão, e contudo o trabalho duma Mãe, de qualquer Mãe, é sempre duro. Muito duro. Mesmo muito mais duro que o mais rude dos trabalhos de qualquer Pai, não só porque é permanente, não conhece horários, não tem folgas nem descansos, mas pela simples razão de que é absolutamente absorvente.
Tão absorvente que qualquer Mãe não dorme, repousa um pouco, dormitando aflita por estar sempre pronta para, de pronto, acudir ao primeiro gemido, choro ou ao mais simples e ténue dos lamentos dum qualquer dos seus amados filhos.
Ser Mãe é sinónimo de alguém que está sempre presente, pela capacidade inaudita de se dar sem hesitar e sem temer quaisquer consequências, preservando a sua família para bem dos seus filhos, que qualquer Mãe idolatra incondicionalmente, enquanto lhe restar um sopro de vida…
Ser Mãe não impede que, enquanto dão aos filhos todo o Amor do mundo, as Mulheres sejam esposas, companheiras e amigas, pela capacidade de partilhar o amor de que são imbuídas pelos entes mais queridos, e de serem boas profissionais.
Tal desdobramento de si mesmas não impede que, sem ter uma qualquer ordem predefinida e sem temer erros e omissões, uma Mãe saiba como desempenhar o papel principal da sua vida. O de ser Mãe. Hoje, ontem, amanhã. Sempre. Até mesmo quando, já sem forças, prestes a dar o último suspiro, o derradeiro pensamento duma Mãe é dirigido, não a si, mas a seus filhos: “O que será deles sem mim…?”
Ser Mãe, nos dias de hoje não é tão frequente, pois a vil sociedade mercantilista que criámos e que se espalha como praga pelo mundo, a par duma globalização sem alma, tira às mais jovens mulheres, àquelas que não tendo sido ainda Mães, um dia o saberão ser tão bem, a oportunidade maravilhosa de se realizarem da forma mais harmoniosa que há, pela ventura de gerarem novas vidas, fruto de seus fecundos ventres e das suas – quase sempre – tão desejadas maternidades.
Ser Mãe só é passado quando se recordam questões boas e más, infantis, juvenis e não só, que a vida a cada um de nós sempre traz, e nos reconfortamos com a memória de nossas Mães.
E quando se adoece, e porventura já se não tem Mãe, sente-se que não há remédio que cure tão bem, como tudo então curava…, o simples amor, infindos carinhos e ternos afagos de sua Mãe…
Ser Mãe é presente e futuro, pela dedicação dada ao lar, pelo refúgio que é para a família, pelo amparo que dá aos filhos. Sem pensar. Desinteressadamente. Por ser, muito simplesmente, Mãe!
Ser Mãe é viver para além da morte, pelo amor de filhos e netos, que chamam Avó à sua segunda Mãe.
Hoje, tenho a felicidade de ter Mãe. E como me lembro bem da minha velhinha Avó!
“Mãe, Querida Mãe…, ainda é tão cedo, não partas já, fica comigo só mais um pouco…”