A dez dias do início da Queima das Fitas de Coimbra constata-se que os lojistas especializados na venda de artigos académicos dizem que não há crise no negócio e garantem que os estudantes mantêm vontade de comprar traje para vestir pela primeira vez na Queima das Fitas. Os alunos vestem-no normalmente pela primeira vez na noite da Serenata, numa mancha de capas negras ao redor da Sé Velha.
Este ano, para além dos muitos milhares de estudantes que frequentam os anos mais avançados dos cursos, muitos caloiros já têm o seu traje: as lojas especializadas não se queixam de quebras nas vendas, mesmo com o surgimento de alternativas, como a compra em segunda mão na internet.
Um fato pode custar entre 85 euros e 300 euros.
Na loja Toga, regista-se um crescimento de cerca de 5% nos últimos anos, após um ligeiro decréscimo durante “a pior altura da crise” em Portugal.
“As pessoas têm aderido cada vez mais às praxes e à tradição”, constata o gerente, Carlos Alves.
Depois de alguns anos em que os estudantes “compravam só mesmo o fundamental”, agora os clientes já optam pelo traje “mais caro”, sendo este mais vendido do que a opção mais barata, siblinha Carlos Alves.
Também Marina Lemos, lojista na Académica Store, situada no edifício da Associação Académica de Coimbra, diz que “continua a haver muita procura”.
“A compra do traje é quase condição para se estar enquadrado no ambiente estudantil”, salientou.
Já Alice Marques, proprietária d’O Caloiro, que existe há 20 anos no centro comercial Avenida, sublinha, em opinião contrária, que, se por um lado a quantidade de vendas de trajes se mantém, por outro, os estudantes apenas compram “o indispensável”.
A pensar nas dificuldades, os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) criaram um banco de trajes académicos para “acudir aos alunos com maiores dificuldades financeiras”, afirmou a coordenadora da Divisão de Oferta Integrada de Serviços, Maria Isabel Roque.