Opinião – E a Figueira, senhores?

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Daniel Santos

Daniel Santos

Serão 308 as assembleias municipais que se realizam anualmente no 25 de Abril, tantos são os concelhos do país.

Se em cada uma delas usar da palavra uma média de cinco oradores, teremos seguramente mais de 1500 discursos, no mesmo dia, sensivelmente à mesma hora para falar do mesmo assunto. E isso é mau? Evidentemente que não, se a ocasião for bem aproveitada na perspetiva de que são importantes as referências do passado para que, no presente, preparemos um futuro melhor.

E é isso que acontece? Pois pela amostra a que tive oportunidade de assistir, não me parece.

Mais de 40 anos depois, mais de (seguramente) 60.000 discursos depois (e apesar deles) não se evitou a construção da teia de interesses pessoais ou de grupo, congeminados em locais mais ou menos secretos, a partir do exercício do poder político democrático.

Algumas bem perto da nossa casa. Poucas e tímidas foram as denúncias. Do mesmo modo que sempre notei a ausência de inúmeros antigos autarcas que, tendo cumprido a sua missão, recolheram ao seu recato não mais acompanhando os assuntos da terra cujos interesses juraram um dia defender, ouvi falar muito do passado, como ouvi referências à política internacional, elogios ou críticas veladas à política nacional, mas nenhuma crítica ou ideia entusiasmante e motivadora em relação ao futuro da Figueira.

Apesar da verve mais simples ou mais rebuscada que apenas recordou as mesmíssimas palavras do passado.

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