O município de Miranda do Corvo aprovou ontem, com os votos contra da oposição, o Relatório de Gestão de 2015, que aponta para uma redução da dívida superior a um milhão de euros (41,6%) face ao ano anterior.
Segundo o presidente da autarquia, Miguel Baptista (PS), as contas do ano passado continuaram a “trajetória de redução de forma significativa da dívida”, que é atualmente de 1,55 milhões de euros.
O autarca salientou ainda que as taxas de execução da receita e da despesa atingiram os 85,5% e os 75%, respetivamente, e que o saldo de gerência excede o milhão de euros, traduzindo o “rigor da gestão” deste município do distrito de Coimbra.
“As taxas de execução constituem valores que nunca tinham sido atingidas em Miranda do Corvo. Estão numa trajetória de aumento sustentado porque trabalhamos com orçamentos mais realistas”, salientou Miguel Baptista, que destacou ainda uma redução de 5,3% na despesa com pessoal.
Em 2015, o município executou 10,5 milhões de euros do lado da receita e 9,2 milhões do lado da despesa.
O presidente do município de Miranda do Corvo destacou ainda que, “ao nível do investimento, o realce vai para a requalificação urbana e do património, e para o saneamento e abastecimento de água”.
“A construção da rede de saneamento e remodelação do abastecimento de água no Senhor da Serra e Chãs é um dos mais importantes investimentos realizados em infraestruturas básicas em muitos anos no concelho”, sublinhou.
Com uma leitura diferente, os vereadores da coligação PSD/CDS votaram contra o Relatório de Gestão, por considerarem que o “documento é apenas a tradução das infelizes políticas que têm sido levadas a cabo e que se tem tentado inverter através de dezenas de críticas e sugestões que têm sido, constantemente, ignoradas”.
“O executivo manifesta uma clara incompetência e falta de visão. É uma Câmara despesista, que sufoca os mirandenses com aumentos de impostos, que não faz investimento, não cria infraestruturas, nem provoca desenvolvimento”, referiu o vereador Sérgio Seco.
Para o dirigente social-democrata, o saneamento, abastecimento de água e indústria, “outrora bandeiras do PS, mereceram apenas 2%, 2,9% e 2,7% de execução orçamental, respetivamente”.
“Como é possível que alguém tenha iludido os mirandenses prometendo não fazer nada mais enquanto não houvesse saneamento em todos os lugares e depois venha apresentar a ofensiva execução de apenas 2% do saneamento previsto”, questionou Sérgio Seco.
O vereador da oposição disse ainda que “o executivo engana os mirandenses, dizendo que reduz a dívida, mas escondendo que aumentou as provisões para riscos e encargos de 1,8 milhões de euros para 2,2 milhões, que se deve à sua perigosa atuação com as Águas do Centro Litoral”.
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