Pedro Passos Coelho foi reeleito com o melhor resultado dos três actos eleitorais em que foi candidato único. É manifesto que um único candidato esvazia umas eleições, mas ainda assim, e apesar de ser a quarta vez que Passos é o escolhido, a participação da militância foi surpreendente.
Passos tem o partido com ele, mas tem de saber ouvir o congresso e provocar a discussão interna. O partido precisa de ultrapassar em definitivo o trauma de ter sido apeado do poder por uma maioria de esquerda, reinventando-se, mudando de discurso e de rostos. Cedo ou tarde, os portugueses voltarão a ter de escolher um governo, e nessa altura o PSD tem de ser um farol de esperança e não um muro de lamentações.
Pode, mas não deve
A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, vai ser administradora não-executiva da Arrow Global, uma empresa de angariação e recuperação de dívida pública e privada. Ou seja, a ex-ministra não encontra nenhuma incompatibilidade em colaborar com uma empresa que labora na área que tutelou até há pouco mais de três meses.
Do ponto de vista legal pode, mas não deve. É eticamente reprovável e politicamente desastroso. Mas que este lamentável episódio não justifique uma onda de hipocrisia como tenho visto por aí, em que tudo se confunde.
Criem-se regras claras, mas sem ceder a modas populistas.
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