Opinião – Confio que Portugal será diferente

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Luís Santarino

Luís Santarino

Ficar-me-ia mal se não saudasse de forma calorosa todos os que ao longo de muitos anos ajudaram a fazer o Diário “As Beiras”.

Lembro-me bem do dia em que o António Soares Rebelo chegou ao Nacional onde todas as noites a “Pintanagem”, cujo líder era um Grande Senhor da nossa cidade chamado António Pinto dos Santos, se reunia em animada tertúlia, e rapou 2 mil e 500 escudos a cada circunstante. “Vai surgir um novo semanário, dizia ele, e vocês são os primeiros assinantes”. Vale sempre a pena contar uma estória, entre muitas outras que outros saberão.

Muito mudou até hoje, muitos se mudaram e outros hão-de mudar, mas fica sempre uma saudade de tudo e de todos. Não, não me estou a despedir. Estou só a dizer que, seria isto que sentiria se resolvesse retirar-me!

Considero que fazer diariamente um jornal não deve ser tarefa fácil. Mas tudo se consegue quando se respeitam todos os profissionais de igual modo.

Eu gosto muito dos cidadãos que me interpelam e dizem: “continue por favor porque o senhor é uma voz que nos agrada”! Mas também gosto, mesmo muito, daqueles que semanalmente me “mordem nas canelas”! Não, não é um prazer…é um gosto!

Vamos ao que interessa!

As notícias do mundo são aterradoras. Eu sei, aliás todos sabemos que neste lugar no canto da Europa pouco acontece. E quando acontece, a maior parte fecha-se na sua concha e entrega a outrem a despesa. Há quem goste de ficar bem com Deus e com o diabo. Assim, escusa de se chatear e os que fizeram as despesas do combate que se aguentem à bronca.

Na verdade, falta discussão política. O que se passou no Parlamento na discussão sobre o Orçamento Geral do Estado é pouco dignificante para a democracia. Não é que não ache piada à geringonça e à caranguejola. Como não poderia achar piada? Só que, os autores da piada não são, nem atores nem muito menos comediantes. Ou seja, poderão não ter sido. Só que agora passaram a ser…mas sem graça! E comediantes sem graça…
Usar termos destes em discussão política, repetir o erro, em política parlamentar será pouco edificante.

O comum cidadão terá pouco tempo para se dedicar a ouvir os debates parlamentares. Ele sabe que não pode faltar ao emprego e, os desempregados não estão para aturar quem os atirou para essa situação em nome de uma estabilidade e um futuro que afinal não teem!

Mas, aqui no (re)canto da felicidade, vão surgindo notícias muito duras para todo o mundo. O que nele acontece reflete-se em nós. Por isso, Portugal tem de se esforçar por ser um interveniente direto nas “conversas” porque tem um histórico invejável.

Só que, e há sempre um só que, a nós tudo nos parece estar longe. Não me parece que seja fácil resolver os problemas com que nos defrontamos, nem muito menos os que enfrentamos. Parecendo que não são diferentes mas, azares dos azares, complementares. Só que temos uma dimensão universal, somos um Povo respeitado e respeitável, apesar de alguns nos quererem denegrir com actos pouco ou menos dignos, e por tal, a nossa voz teria um impacto maior.

Para isso, Portugal deverá ser diferente. Confio que será.

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