Opinião – Quem manda Deus ajuda

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Aires Antunes Diniz

Aires Antunes Diniz

Tenho andado a tentar explicar êxitos indesejados por gente altaneira. Faço-o usando biografias de gente que singrou, e apesar dos obstáculos criados nesta terra capturada por interesses obscuros e não confessáveis pelos títeres, que à vez nos governam.

Acontece porque parece que lá fora deixam de ter poder, ficando reduzidos à sua mesquinha condição de complicadores do que é possível. Acontecem também estes êxitos em ocasiões de rutura social como aconteceu a um clérigo quando: “Expulsas as Ordens Religiosas, foi cursar a Universidade de Coimbra, à custa da magra pensão de religioso egresso, onde se formou em Direito, lutando com dificuldades financeiras a que fazia face com o seu muito trabalho de lecionista1.”

Acontece também a quem se aventura a jogar futebol lá fora, sem pensar duas vezes em ficar por cá. Há casos mesmo de jogadores cuja carreira foi feita sem entrarem em alguns clubes nacionais, pois alguns destes são apenas o palco da boçalidade de dirigentes desportivos que, assim, se vão notabilizando pelas gaffes que dizem.

Há cantores e músicos que fazem carreira no estrangeiro, só regressando esporadicamente quando já têm nome feito. Também na ciência é sempre benéfica a incursão na estranja, onde ninguém nos impede que falemos do que pesquisámos. Só por cá os empatas ficam danados e ofendidos com o que se descobriu apesar deles. Alguns destes, feitos regedores do Reino da Estupidez, tentam ordenar o mundo de acordo com a sua pequenez intelectual. É o que sempre tentam maquilhar para serem doutores.

É, por isso, para eles muito importante o controlo dos salários dos que trabalham e que com eles financiam as suas pesquisas, ultrapassando assim a falta de apoios estatais. Por cá até se paga mal a quem trabalha, nunca premiando os que produzem com qualidade. E isso afeta qualquer bom profissional. De facto, os caloteiros estão em todo o lado e tentam nada pagar e receber tudo de mão-beijada. E os assim lesados por estes comportamentos têm de partir se não querem morrer à míngua.

Contudo, os tempos estão mesmo muito estranhos e, por isso, assistimos a apropriações indevidas de poupanças de emigrantes, que caíram na “patetice” de pensarem que este nosso rincão pátrio tem regras e leis, que os protejam dos magarefes que lhes cortam nas ditas “gorduras”. Somos assim confrontados com a estranha notícia, que corre de boca em boca, de que as poupanças nos bancos que excedam 100000 euros podem ser perdidas. Acontece talvez porque alguns bancários foram industriados para convencer os aforradores a “investirem” em produtos totalmente avariados, fazendo-nos regredir ao tempo em que se guardavam as poupanças nos colchões.

Tudo isto nos convoca para a mudança necessária. Mudemos por isso.

1 Castro, José de Castro
– Bragança e Miranda IV(Bispado), Porto, 1951, p. 8.

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