Opinião – PSD em congresso

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Paulo Júlio

Paulo Júlio

Março vai entrar, pelo que nessa altura, faltará um mês para o PSD voltar a reunir em Congresso, preparando o futuro dos próximos 2 anos. Com todas as enfermidades de uma organização política, o PSD teve e terá sempre uma matriz social democrata, centrada na valorização do indivíduo e consciente do papel regulador do Estado, no plano económico e social. No espectro político português, o PSD deve orgulhar-se de ser a organização que maiores mudanças estruturais provocou, de modo a promover desenvolvimento na sociedade portuguesa, que , por sua vez, com todos os problemas,  se transformou substancialmente, nas últimas 3 décadas. Os últimos anos foram para Portugal particularmente difíceis, com uma das maiores crises económicas do último século a abater-se nas principais praças mundiais e a tornar especialmente vulneráveis os Estados com maior exposição de endividamento. Em 2010, após uma derrota eleitoral, o PSD reuniu-se sobre o lema “Unidos para Mudar Portugal” , tendo elegido Presidente, Pedro Passos Coelho. Em 2011, após o pedido de resgate, foi líder do Governo que, provavelmente, teve o papel mais complexo e decisivo na vida dos portugueses, na história da democracia portuguesa. Bem me lembro, dos profetas do costume, afirmarem que Portugal não chegaria a lado nenhum, que o segundo resgate era inevitável e que a economia jamais daria a volta. Em 2014, novo congresso, nova eleição de Pedro Passos Coelho, agora com o lema de “Portugal tem esperança”, depois de dois anos antes, se afirmar como um “partido  de causas”. Em 2015, novas eleições legislativas, dadas como perdidas por quase todos, mas que os portugueses, no entanto, não confirmaram. O PSD conjuntamente com o parceiro de coligação, CDS/PP, ganharia as eleições, tendo ficado a 9 deputados da maioria parlamentar. Bastou para não chegar e o inusitado aconteceu, com o grande derrotado a conseguir formar governo assente numa maioria parlamentar de esquerda. O PSD vai ter novo congresso. Pedro Passos Coelho será eleito pela quarta vez, Presidente do PSD, agora, com muitos mais apoiantes indefectíveis do que nunca. Isso são as organizações políticas. Mas, não é isso que importa agora. Pedro Passos Coelho já é um dos principais líderes da história do PPD/PSD e um dos PM que será reconhecido pela sua capacidade de liderança e de sentido de Estado. Muitos vaticinaram o seu fim político. Eu particularmente vaticino que não faltarão anos, para voltar a ser PM de Portugal. Teve a árdua tarefa de arrumar a casa, mas não teve a oportunidade de governar a casa arrumada. O PSD nunca deixou a sua matriz, mas é importante que todos percebamos que a matriz tem de ser adaptada a um mundo global , a um Portugal mais envelhecido, mais desenvolvido e mais Europeu. O PSD deve liderar um processo de mudança do sistema político e deve ter a coragem necessária para propor mudanças internas , na sua necessária abertura à sociedade. Quanto mais os partidos se fecharem e protegerem alguns, mais se degradarão e menos cumprirão a sua função, nacional e local. Esse é o desafio de Passos Coelho, como líder novo do PSD, a partir de Abril. Enquanto deputado, deve ser o líder vigilante para que a casa não seja rapidamente desarrumada. Até porque merece , um dia, governar os portugueses em situação normal. Bem sei que as políticas e os resultados não são consensuais, mas Portugal deve estar-lhe agradecido. Esse estado de agradecimento deverá  incluir os que agora governam porque não fora a melhoria das condições económicas, o regresso aos mercados, o défice publico controlado, e, provavelmente, não demonstrariam um optimismo tão irrealista.

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