Opinião – E o urso sou eu?!

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Ricardo Castanheira

Ricardo Castanheira

Indignação é coisa pouca perante tamanha irresponsabilidade, que tem resultado nas sucessivas inundações – duas em menos de um mês – ao longo do curso do Mondego, especialmente em Coimbra.

Imprevistos e imponderáveis existem sempre – sobretudo quando mexemos com a Natureza – porém não parece ser este o caso. Pelo menos, se cada um fizesse a sua parte! As autoridades metereológicas (IPMA) apresentaram ou não previsões de precipitação forte? As entidades com responsabilidade ambiental (APA) monitoraram e coordenaram com quem gere as barragens (EDP) um plano de emergência face ao aumento do caudal e à necessidade de descargas maiores que o normal? As autoridades nacionais e municipais de proteção civil colocaram em ação os planos de prevenção devidos, perante os avisos das outras entidades?..

Estas são as questões necessárias para compreender se houve ou não a coordenação devida ou, ao invés, se o habitual jogo do empurra levou uma vez mais a prejuízos económicos, patrimoniais e sociais incalculáveis.

Ainda assim, como se explica que em menos de um mês a calamidade se repete? Afinal de contas, que conclusões foram retiradas das últimas enchentes? Recordo, até há dias, algumas vozes a atribuir culpas à EDP – que gere a Barragem da Aguieira – outros à Agência do Ambiente, e outros ainda às autarquias. Como em tantas ocasiões, a culpa morreu solteira.

Alguém sabe o que realmente aconteceu?
Sim, sabemos, que entre diverso património público e privado, passando pelo Mosteiro de Santa-Clara-à-Velha, por exemplo, muito se danificou, até irreversivelmente. Isso, sabemos!

Espera-se, que, desta vez, haja não apenas uma avaliação exata do que se passou, mas sobretudo uma coordenação para evitar que em semanas estejamos na mesma situação.

“E o Urso sou eu?!..” – pensará o urso gigante do Parque Verde do Mondego, que tem feito as delícias de tantas crianças, e que, por esta altura, está totalmente submerso. Uma vez mais.

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