“AAC tem que olhar com frontalidade para o que aconteceu no movimento associativo”

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FOTO DB/LUÍS CARREGÃ

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Obteve um resultado histórico nas eleições para a AAC, com 87,6 por cento dos votos. Contudo, a abstenção rondou os 77 por cento…

Fomos, de facto, a lista mais votada desde que há memória, mas a abstenção continua a ser preocupante. Por isso, pretendemos, juntamente com o presidente da Assembleia Magna, fazer uma análise aos níveis de abstenção e uma revisão do processo eleitoral dentro da AAC. Isto, porque entendemos que os 77 por cento de abstenção não são reais e não se adequam àquilo que encontramos no dia-a-dia das faculdades. Se fizermos as contas, a abstenção centra-se nos 30, 35 por cento, por uma razão muito simples: é a que a Universidade de Coimbra (UC) é cada vez mais internacional e, além disso, existe uma flexibilidade muito grande ao nível dos ciclos de estudo, o que faz com que os estudantes não estejam dentro das suas unidades orgânicas, mas que estejam, por exemplo, em unidades de investigação, como é o caso dos mestrados científicos ou doutoramentos. Além disso, temos uma grande quantidade de estudantes que estão em programas de mobilidade nacional e internacional, e através da comparação destes números, verificamos que a abstenção não é assim tão elevada. Claro que a intenção é diminuir essa percentagem, mas como chegar a este tipo de estudantes? Pretendemos que haja essa discussão e, a devido tempo, vamos pensar em propostas. Por que não pensar, por exemplo, numa antecipação do voto como acontece nas legislativas ou nas presidenciais?

Esse afastamento de estudantes verificou-se também no número de listas concorrentes à AAC. Há muito que não havia apenas duas candidaturas…

Podemos ver essa realidade por dois prismas: se for mais egocêntrico, posso dizer que tratou-se de uma candidatura através da qual a grande maioria dos estudantes se sentiu representada. Apesar de ter a certeza que esta candidatura foi a mais confiável, a mais estruturada, com mais conhecimento, não vou demitir-me de uma discussão que pode ser mais aprofundada. Não lhe chamarei alheamento dos estudantes da vida académica, mas diria que os alunos estão mais limitados no seu tempo desde que o Processo de Bolonha foi implementado. Os estudantes têm muito menos tempo para atividades extracurriculares e a AAC vive muito do comprometimento dos estudantes nos seus tempos livres. Portanto, pode ter sido um fator que influenciou a falta de candidaturas. Outro fator poderá ser a crise financeira por que passámos: as famílias fazem cada vez mais pressão para que os estudantes terminem os ciclos de estudos o mais rapidamente possível para seguirem a sua carreira profissional.

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