O serviço de estatísticas da União Europeia – Eurostat – divulgou ontem que o desemprego da zona euro caiu mais que o esperado em Novembro, para 10,7%, a taxa mais baixa desde Janeiro de 2012.
Em toda a União Europeia, o desemprego manteve-se estável nos 9,3%, a taxa mais baixa dos últimos 6 anos. Estes números optimistas foram impulsionados pelos resultados alemães, com um recorde (único na Europa) de 6,3%, e pela Itália, a atingir a taxa mais baixa dos últimos 3 anos, com 11,5%.
Apesar da tendência de decréscimo da taxa de desemprego ser evidente e já longa no tempo (esperemos que continue), existe uma discrepância assinalável entre as várias economias europeias, destacando-se pela positiva a performance excepcional da Alemanha. Outra enorme diferença, que se destaca pela negativa, é a do desemprego entre os jovens.
É até difícil de escrever que na Grécia e Espanha o desemprego entre os jovens quase atingiu os 50% em Agosto, e quase 40% em Itália. Para se ter uma ideia da grandeza do número, na Alemanha esta mesma taxa é de apenas 7,1%.
Por cá, em Outubro de 2015 a taxa de desemprego é de 12,4%. Apesar da acentuada melhoria em relação ao mesmo mês do ano passado (em Outubro de 2014, foi de 13,5%), isto significa que Portugal tem actualmente a 5ª taxa de desemprego mais elevada na União Europeia (atrás de Grécia, Espanha, Croácia e Chipre), e fica acima da média da zona euro e da média da União Europeia.
Em relação ao desemprego jovem, Portugal tem actualmente a 6ª taxa de desemprego jovem mais elevada na União Europeia (atrás da Grécia, Espanha, Croácia, Itália e Chipre), acima da média da zona euro e da média da União Europeia. Também aqui, é de salientar que enquanto em Outubro de 2015 a taxa de desemprego é de 31,8%, em Outubro do ano passado foi de 32,9%.
Toda esta produção estatística, europeia e portuguesa, por intermédio do INE, pode no entanto estar errada. No mínimo, poderia ser refeita por essa Europa fora se levasse em linha de conta os “desempregados ocupados”, os “inactivos desencorajados”, os “activos migrantes” e o “subemprego”.
Com estes, ainda há dias, o desemprego “real” em Portugal era de 29,1%, reclamava o Observatório sobre Crises e Alternativas. Talvez agora esteja mais dedicado a observar as praxes que querem erradicar da nossa cultura e, com elas, os “desempregados da praxe”.