Uma tese de doutoramento defendida na Universidade de Coimbra propõe a criação de duas linhas de elétrico, como transporte público, em Coimbra e considera que a sua reintrodução beneficiaria a cidade como destino turístico, além de reforçar a paisagem cultural.
A reintrodução do elétrico na cidade de Coimbra traria “potencial turístico” à cidade e permitiria “reforçar a ligação afetiva do cidadão com o espaço urbano”, diz Paulo Simões, autor da tese de doutoramento “Paisagem Cultural e o Elétrico na Cidade de Coimbra – Propostas para a sua reintrodução turística”, realizada na Faculdade de Letras e defendida em novembro.
O responsável pela tese propõe a reintrodução de uma linha de 2,5 quilómetros entre a Rua da Alegria e a Estação Nova, fazendo a beira-rio, e outra de 3,2 quilómetros entre o Palácio da Justiça e a Praça da República. Estas linhas seriam um recurso turístico, mas com possibilidade de acesso aos cidadãos.
Em termos turísticos, Coimbra “poderia ganhar” com a entrada do elétrico, que “não é um elemento exótico como os ‘tuk tuk’ ou os autocarros panorâmicos. Faz parte da cidade”, apontou.
O elétrico, introduzido em Coimbra em 1911 e retirado em 1980, “faz parte do espaço urbano e da história de Coimbra”, sendo que o seu potencial turístico deve ser “aproveitado”.
Paulo Simões considera que a sua retirada em 1980 foi “um erro estratégico”, apontando para os casos de Lisboa e do Porto que mantiveram os elétricos e que “ganharam”, em termos turísticos, com a manutenção deste meio de transporte.
Para além da questão turística, o elétrico, ao ter moldado “a paisagem cultural da cidade” e ao ser um “elemento estético”, poderia “contribuir para um reforço da imagem que se tem da cidade”.
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