Os vereadores do PSD abandonaram a reunião de ontem da Câmara de Coimbra, à porta fechada, antes da votação do orçamento da autarquia liderada pelos socialistas, em protesto contra os prazos de entrega dos documentos para discussão.

O vereador do movimento Cidadãos por Coimbra (CPC) apenas votou um dos pontos em discussão, tendo permanecido na reunião, mas rejeitando participar na votação dos restantes documentos, pela mesma razão.

Em causa está a entrega das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento na terça-feira e dos restantes documentos que acompanham o orçamento na quinta-feira (véspera da votação), por volta das 18H00, quando a maioria socialista tinha anunciado que passaria a cumprir para as GOP um prazo de cinco dias úteis, “ou, no mínimo, do prazo a que a lei obriga (48 horas úteis)”, sublinhou o vereador do PSD João Barbosa de Melo.

“O que verificamos é que, pelo segundo ano consecutivo, a Câmara falhou o cumprimento desta sua obrigação. Os documentos chegaram aos poucos, com alguns a entrarem no email dos vereadores 17 horas antes da hora marcada para a reunião”, apontou o vereador, considerando que tal só aconteceu ou “por falta de capacidade ou por falta de vontade política de concluir o trabalho dentro dos prazos”.

Durante a reunião, Barbosa de Melo apelou para que a discussão do orçamento fosse adiada para uma data que cumprisse “os prazos legais de disponibilização dos documentos aos membros do órgão executivo”, o que não aconteceu, tendo o orçamento sido aprovado com os votos favoráveis do PS, abstenção do vereador da CDU e voto contra do CPC.

“O adiamento [da votação] não teria consequência nenhuma”, argumentou, considerando o caso como uma “nódoa negra que [a maioria socialista] deixa no tecido democrático de Coimbra”.

O presidente da Câmara, Manuel Machado, referiu que o documento das GOP estava disponibilizado na terça-feira, cumprindo-se as 48 horas exigidas para a entrega do mesmo.